Por Leonardo Mello de Carvalho
A maioria dos indicadores de atividade setoriais registrou crescimento no acumulado do ano até julho. O desempenho ao longo dos últimos meses, todavia, indica uma desaceleração nas taxas de crescimento na margem. Entre os principais setores, o destaque negativo continua sendo a produção industrial, que, segundo a PIM-PF, foi uma das poucas atividades a encerrar o mês de julho com queda na comparação acumulada no ano (-0,4%). Ao longo desse período, sua produção manteve um ritmo modesto de crescimento, evidenciado por uma trajetória próxima à estagnação na comparação dessazonalizada em médias móveis. O resultado em julho deixa um carry-over negativo de -0,5% para o terceiro trimestre. Já o comércio varejista (conceito ampliado), de acordo com a PMC, registrou um desempenho mais positivo, acumulando, em termos anuais, um crescimento de 4% nos primeiros sete meses de 2023. Porém, após a queda de 0,3% em julho, na comparação dessazonalizada, sua trajetória em médias móveis registrou a quarta desaceleração consecutiva. Com isso, o carry-over para o terceiro trimestre ficou em 0,4%. Por fim, segundo a PMS, a receita real de serviços apresentou um crescimento de 4,5% no acumulado do ano, quando comparado ao mesmo período de 2022. Em contraste com os demais setores produtivos, sua trajetória em médias móveis na margem aponta para uma aceleração. Com o avanço de 0,5% na margem registrado em julho, o setor inicia o terceiro trimestre com um carry-over de 1,1%. O comportamento dos indicadores que buscam sumariar a atividade econômica brasileira apresentou resultado similar ao longo dos últimos meses. Enquanto o Monitor do PIB encerrou os sete primeiros meses de 2023 com crescimento acumulado de 3,4% em termos interanuais, o IBC-Br registrou alta de 3,2%. Ainda em termos agregados, o desempenho da atividade em julho foi caracterizado por um nível de difusão abaixo de sua média histórica, situada em 51,3%. Na comparação com junho, já excluídos os efeitos sazonais, 50,4% dos segmentos registraram variação positiva, ante 51,3% no período anterior. Com base na análise em médias móveis de três meses, o indicador de difusão atingiu 51,3% em julho, resultado que representou o segundo recuo consecutivo na margem.