Por Andreza Aparecida Palma e Estêvão Kopschitz Xavier Bastos
O setor externo continua apresentando dinâmica favorável, mesmo com a persistência das incertezas externas. Considerando o acumulado até junho de 2023, ou seja, o primeiro semestre do ano, as exportações totalizaram US$ 165,7 bilhões (aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior) e as importações, US$ 120,6 bilhões (queda de 7,1% em relação ao mesmo período do ano anterior), resultando em um saldo da balança comercial de US$ 45,1 bilhões (aumento de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior).
Em relação ao balanço de pagamentos, a conta de transações correntes registrou superávit de US$ 649 milhões em maio de 2023, ante déficit de US$ 4,6 bilhões no mesmo período do ano anterior. No acumulado em doze meses, o déficit em transações correntes é de US$ 48,5 bilhões (2,45% do produto interno bruto – PIB), ante US$ 51,2 bilhões (2,89% do PIB) em maio de 2022. A balança comercial (bens) fechou maio com superávit de US$ 9,7 bilhões ante US$ 3,4 bilhões em maio de 2022, sendo uma das principais responsáveis pela redução no déficit em transações correntes em doze meses e pelo superávit observado em maio de 2023. Em relação à conta de viagens, fortemente afetada pela pandemia e restrições de mobilidade, observou-se aumento do déficit desde meados de 2021. No entanto, os níveis pré-pandemia não foram ainda recuperados.
Em relação à conta capital e financeira, o destaque continua sendo os investimentos diretos no país (IDPs). No acumulado em doze meses para maio, atingiu US$ 83,4 bilhões (4,21% do PIB) – ante US$ 57,0 bilhões (3,22% do PIB) no mesmo período do ano anterior. Apesar da queda recente na margem, a série apresentou trajetória de acentuada recuperação em 2022, atingindo até mesmo os níveis anteriores ao período da pandemia.
Em relação à taxa de câmbio, houve importante movimento de apreciação desde a divulgação da última nota do setor externo, em abril de 2023. O valor máximo da cotação da moeda, desde o início do ano, ocorreu em 4 de janeiro de 2023, chegando a R$ 5,45/US$. Já o valor mínimo foi de R$ 4,77/US$, em 26 de junho de 2023. Cabe notar, ainda, que desde 2 de junho de 2023 a moeda brasileira vem sendo cotada abaixo de R$ 5,00/US$. A percepção de risco também mostra trajetória mais favorável, com diminuição importante do credit default swap (CDS) de cinco e dez anos.