Por Francisco E. de Luna A. Santos
O saldo total de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN), medido em relação ao produto interno bruto (PIB), foi de 52,9% na leitura de março de 2023. Em valores reais, o crédito livre apresentou, em março, aumento de 0,1% em relação ao mês anterior, queda de 2,5% em relação a dezembro de 2022 e aumento de 5,6% em relação a março de 2022. Em igual comparação, a carteira de crédito direcionado variou -0,1%, -0,2% e +9,1%, respectivamente. Há retração nas concessões tanto no crédito livre quanto no crédito direcionado. Comparando por meio de médias trimestrais consecutivas, o crédito livre caiu 5,0% entre a média de outubro de 2022 até dezembro de 2022 e a média de janeiro de 2023 até março de 2023 e o crédito direcionado caiu 0,8% em igual comparação.
O fato é que as condições do mercado de crédito continuam apertadas. Apesar da estabilidade recente, as taxas de juros e o comprometimento de renda estão em níveis elevados. A inadimplência igualmente limita o crescimento do mercado de crédito e das concessões, em particular. A partir do momento em que as condições macroeconômicas permitirem uma redução das taxas básicas de juros pelo Banco Central do Brasil (BCB), esperamos que as taxas de juros do mercado de crédito sejam reduzidas de forma mais consistente, em especial no segmento de recursos livres. Desta forma, apesar das dificuldades no curto prazo, o mercado de crédito pode se beneficiar deste fator já em 2023 e, principalmente, em 2024.