Balanço de pagamentos, balança comercial e câmbio – evolução recente e perspectivas

Por Andreza Aparecida Palma

A dinâmica favorável do setor externo permanece, mesmo diante das incertezas externas e internas. O saldo comercial em outubro de 2022 foi de US$ 3,9 bilhões, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O valor das exportações alcançou US$ 27,3 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 23,4 bilhões. Apesar do recuo recente nos preços das commodities e do crescimento mais robusto das importações, o saldo permanece positivo.

Em relação ao balanço de pagamentos, a trajetória de IDP é um destaque positivo, apresentando acentuada recuperação, atingindo até mesmo os níveis anteriores ao período da pandemia. Considerando o acumulado no ano até setembro, o investimento direto no país (IDP) totalizou US$ 70,7 bilhões, contra US$ 43,3 bilhões no mesmo período de 2021, déficit de US$ 12,4 bilhões em 2020 e US$ 49,4 bilhões em 2019. No acumulado em doze meses até setembro, o saldo atingiu US$ 73,8 bilhões – 4,10% do produto interno bruto (PIB) –, ante US$ 49,9 bilhões – 3,17% do PIB – no mesmo período do ano anterior.

Quanto à taxa de câmbio, a sua dinâmica permanece bastante volátil devido à elevada incerteza externa e interna. Durante os primeiros meses de 2022, houve um movimento de apreciação da taxa nominal de câmbio, revertido a partir de maio. As expectativas do relatório Focus apontam para um câmbio de R$ 5,20/US$ em dezembro de 2022 e ao fim de 2023, previsão mais otimista que a expectativa vigente ao final de 2021 (em 31 de dezembro, a previsão da taxa de câmbio para 2022 era de R$ 5,60/US$ e, para 2023, de R$ 5,40). Porém, persistem vários elementos de incerteza devido ao cenário mundial, especialmente considerando a existência do conflito entre Rússia e Ucrânia, a crise energética na Europa, políticas monetárias contracionistas ao redor do mundo e expectativa de recessão global. Considerando o cenário interno, passado o período eleitoral, há incerteza residual sobre a trajetória e a direção da política econômica, o que pode gerar volatilidade adicional na cotação da moeda.

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Em relação às reservas internacionais, houve uma queda importante no período recente. Na comparação com janeiro de 2022, a queda nas reservas em setembro foi de 8,6%, passando de US$ 358,4 bilhões (22% do PIB) para US$ 327,6 bilhões (18% do PIB). A principal causa dessa queda se deve a variações de preço, seguidas das variações por paridade.

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