Por Francisco E. de Luna A. Santos
O saldo total de empréstimos no Sistema Financeiro Nacional (SFN) como porcentagem do produto interno bruto (PIB) atingiu 54% em dezembro de 2021, o que representa um aumento de 0,1 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro de 2020. Em termos reais, o crescimento do saldo da carteira de pessoa física (PF) foi maior do que o crescimento da carteira de pessoa jurídica (PJ) em 2021.
Os atuais indicadores sugerem um mercado de crédito menos dinâmico em 2022. Os níveis de inadimplência, por exemplo, ainda estão confortáveis, apesar do aumento recente na inadimplência para PF e o aumento em categorias específicas. No entanto, o comprometimento da renda e níveis de endividamento se encontram em patamares historicamente altos e em trajetória de crescimento no último trimestre. E as taxas de juros mantiveram trajetória de crescimento. Além disso, chama a atenção a queda nas concessões no último trimestre de 2021 tanto em PF quanto em PJ e preocupa o fato de que há aumento em concessões com taxas de juros maiores, de crédito rotativo.
Acreditamos que a evolução macroeconômica será determinante para o mercado de crédito em 2022, ou seja, a trajetória esperada para o crédito dependerá das surpresas positivas ou negativas da atividade econômica e das principais variáveis, como inflação, juros e câmbio.