Por Maria Andréia P. Lameiras
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revela que, à exceção do segmento de renda muito baixa, cuja taxa aumentou de 0,65%, em novembro, para 0,74%, em dezembro, todas as demais classes registram desaceleração da inflação na margem. A faixa de renda alta foi a que apontou a maior inflação em dezembro, com taxa de 0,82%. Após a incorporação deste resultado, no acumulado de 2021, todas as faixas de renda apresentaram forte aceleração da inflação em relação ao observado no ano anterior. Entretanto, as famílias de renda média-baixa e renda média foram as que registraram as maiores altas inflacionárias, em 2021, com taxas de 10,4% e 10,3%, respectivamente.
Os dados desagregados revelam que, para as famílias de renda mais baixa, a maior pressão inflacionária em 2021 veio do grupo habitação, impactado pelos reajustes de 21,2% das tarifas de energia elétrica e de 37% do gás de botijão. Já para o segmento de renda mais alta, o foco residiu no grupo transportes, refletindo, sobretudo, no aumento de 47,5% da gasolina e de 62,2% do etanol. Deve-se pontuar ainda que, embora tenha ocorrido uma melhora no desempenho dos alimentos no domicílio em 2021, este segmento ainda provocou impactos altistas significativos sobre a inflação, especialmente para as camadas de renda mais baixa.
Dados disponíveis no Ipeadata