Análise e projeções de inflação

Por Maria Andréia P. Lameiras; Marcelo Lima de Moraes; Carolina Ripoli

Os dados mais recentes mostram que as taxas de inflação brasileiras seguem bastante pressionadas, combinando significativa aceleração de preços monitorados, inflação de alimentos e bens industriais em patamares elevados e um movimento inicial de recomposição dos preços dos serviços. No acumulado do ano, até julho, a alta de 4,76%, apontada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já ultrapassa o centro da meta de inflação (3,75%) e vem contribuindo para a elevação das projeções inflacionárias para 2021.

Parte dessa pressão inflacionária já era esperada, especialmente dos preços monitorados – dado o represamento de reajustes em 2020. No entanto, as sucessivas altas das cotações das commodities no mercado internacional e os eventos climáticos adversos – a longa estiagem e a ocorrência de geadas em regiões de produção agrícola – surpreenderam negativamente e desencadearam novos aumentos de preços de alimentos e de energia. Adicionalmente, a recuperação do mercado de trabalho formal e o relaxamento das medidas de distanciamento social, em razão do avanço da vacinação, trouxeram, nos últimos meses, um maior dinamismo ao setor de serviços, gerando margem para uma recomposição de preços nesse segmento.

Balizadas por esse novo conjunto de pontos de pressão inflacionária ainda não dissipados, as projeções de inflação do Grupo de Conjuntura do Ipea foram revistas para cima. Por certo, mesmo diante da perspectiva de uma desaceleração da inflação nos próximos meses, comparativamente ao que foi observado nos mesmos períodos em 2020, a previsão para o IPCA em 2021 foi alterada de 5,9% para 7,1%. De modo similar, as previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também foram revistas, de modo que a variação esperada para 2021 aumentou 1,3 ponto percentual (p.p.), passando de 5,1% para 6,4%.

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Tabela 2_nota 17_jul21 Tabela 3_nota 17_jul21

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