Por Ana Cecília Kreter, Rafael Pastre e José Ronaldo de C. Souza Júnior
A balança comercial do agronegócio fechou junho com superavit de US$ 10,8 bilhões. Entre os principais produtos de exportação, destaque para a soja, que segue com crescimento de 25,3% no acumulado do ano e deve fechar 2021 com novo recorde de produção e exportação. Em relação aos estoques mundiais, tanto a soja como o milho vêm apresentando quedas cada vez mais acentuadas. O caráter multifacetado desses dois grãos é responsável pelo aumento da demanda mundial e, por isso, vêm contribuindo de forma direta para o crescimento da produção a cada safra, inclusive no Brasil. No entanto, a produção destes grãos não tem sido suficiente para atender com certa margem ao mercado internacional. A consequência disso é um balanço de oferta e demanda apertado, com alguns países utilizando seus estoques para atender à demanda doméstica. Na contramão desta tendência, encontra-se a China, que não só está entre os maiores consumidores, mas também é o país que detém atualmente a maior parte dos estoques. E, neste caso, a diferença entre milho e soja é que a soja é o único grão na China que os estoques e a produção não atendem à demanda doméstica, o que sinaliza uma boa perspectiva para o produtor rural que está começando a planejar a safra 2021/2022. Em relação aos preços médios, com o mercado internacional de commodities aquecido, os exportadores brasileiros começaram a sentir em junho a recuperação parcial dos preços médios das exportações da maior parte dos produtos do agronegócio, com destaque para a carne bovina, a soja e o milho. Apesar da recuperação, nenhum dos produtos analisados chegou a ultrapassar as máximas históricas.