Por Francisco E. de Luna A. Santos
O saldo total de empréstimos no Sistema Financeiro Nacional (SFN) como porcentagem do PIB atingiu 52,8% em setembro, um cres- cimento de 2,4 pontos percentuais (p.p.) em relação a junho. Na comparação em relação ao mês anterior, os dados de setembro mostram um crescimento bastante uniforme tanto na segmentação entre pessoa física e jurídica quanto na separação entre crédito livre e direcionado. Na comparação em relação aos últimos doze meses, em que se levam em conta os efeitos da inflação no período, o segmento de pessoa jurídica ganha maior destaque, com crescimento de 13,1%. Este texto apresenta o comportamento recente dos segmentos mais representativos em novas concessões de crédito. Na carteira de crédito livre para pessoas físicas, as carteiras de crédito à vista e aquisição de veículos apresentam recuperação em formato de V, sendo que ambas estão bem próximas do nível pré-crise. A carteira de crédito não consignado ganhou tração nos dois últimos meses, com a recuperação da economia e a queda nas taxas de juros das concessões. O crescimento do crédito direcionado, nas categorias que receberam recursos federais, merece destaque pelo crescimento de 14,5% no mês e de 65,1% em doze meses. O endividamento das famílias, medido como porcentagem da renda acumulada em doze meses, cresceu moderadamente nos últimos três meses tanto no crédito habitacional quanto no não habitacional. O comprometimento da renda, por sua vez, apresenta reversão consistente a partir de maio após subir depois da pandemia. Ainda que a inadimplência apresente mínimas históricas tanto em pessoa jurídica (1,6%) quanto pessoa física (4,6%), tal resultado deve ser analisado com cautela, uma vez que as medidas de estímulo temporárias do governo e a reação das instituições financeiras no sentido de rene- gociar dívidas atuaram para reduzir esse indicador. Finalmente, as taxas de juros (e os spreads) dos leilões primários não sofreram alterações significativas em relação à última divulgação.