Por Marcelo Nonnenberg, Michelle Martins e Alícia Cechin
Com o início da pandemia e o aumento da alimentação no domicílio, a demanda por produtos estocáveis e, consequentemente, por arroz voltou a crescer e a pressionar os preços. De acordo com os dados da Conab, o preço no varejo do saco de 5 kg do arroz longo fino tipo 1 cotado em São Paulo passou de R$ 17,46 em janeiro para R$ 21,19 em agosto de 2020, uma elevação de 21,3%, com crescimento contínuo esperado ao longo de setembro. Isso levou o governo a anunciar, no início do mês, uma redução a zero do imposto de importação, com o objetivo de conter o aumento.
Como o arroz consumido no país é basicamente produzido internamente, é interessante responder a duas perguntas. Primeiro, o que causou o aumento tão forte, em um período de recessão acentuada? Segundo, será que a redução de tarifa poderá ter o efeito desejado de conter/reduzir os preços? Obviamente, a resposta a essas duas questões é apenas aproximativa.