Por Geraldo Góes, Felipe Martins e José A. S. Nascimento
Este estudo tem como objetivos analisar o perfil dos trabalhadores remotos do país – segmentados em formal e informal e por grupo ocupacional – e também atualizar o seu acompanhamento durante a pandemia, comparando, sempre que possível, com os resultados da pesquisa sobre o potencial de teletrabalho no Brasil publicada na Carta de Conjuntura no 47 Por fim, é apresentada a distribuição regional e estadual do trabalho remoto no país.
As estimativas para o mês de julho apontam uma diminuição marginal no percentual de pessoas trabalhando de forma remota no país, quando comparado com os dois meses imediatamente anteriores. Nota-se o predomínio do setor formal no trabalho remoto, assim como o de grupos ocupacionais típicos de trabalhos que exigem uma maior qualificação. O grupo ocupacional de profissionais das ciências e intelectuais, por exemplo, conta com cerca de 40% de sua massa de trabalhadores em atividade remota. Entre profissionais com cargos de diretor e de gerente, 22,8% estavam trabalhando de forma remota em julho. Quanto à distribuição regional, apesar de uma diminuição do percentual de trabalhadores não afastados e ocu- pados de forma remota na grande maioria das unidades federativas, os líderes do ranking se mantiveram constantes. Em contrapartida, Bahia, Paraná, Minas Gerais, Alagoas e Santa Catarina foram os estados que mais subiram no ranking, enquanto Espírito Santo e Piauí foram os que registraram as maiores quedas.