Inflação por faixa de renda – Agosto/2020

Por Maria Andreia Parente Lameiras

Como vem ocorrendo desde março de 2020, os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de agosto ratificam um cenário inflacionário marcado por uma aceleração de preços maior para a classe de renda mais baixa quando comparada ao segmento mais rico da população. Em agosto, enquanto a inflação das famílias mais pobres apontou alta de 0,38%, a faixa de renda mais alta registrou uma deflação de 0,10%. Com a incorporação deste resultado, no acumulado do ano, a inflação da classe de renda muito baixa é de 1,5%, mantendo-se em patamar bem acima da observada na faixa de renda mais alta (-0,07%).

Na desagregação dos índices, mais uma vez, evidencia-se uma pressão altista vinda dos alimentos no domicílio – que formam o grupo de maior peso na cesta de consumo das famílias mais pobres – e uma queda nos preços dos serviços, cujo alívio é bem mais intenso sobre o orçamento das famílias mais ricas. De fato, em agosto, o subgrupo alimentos e bebidas contribuiu com 0,20 ponto percentual (p.p.) para a inflação da classe de renda mais baixa, respondendo por 53% da variação total da inflação deste segmento. Já no caso da faixa de renda mais alta, o impacto do reajuste dos alimentos sobre a taxa de inflação foi bem mais modesto (0,05 p.p.). Deve-se destacar ainda que, no acumulado de 2020, boa parte dessas altas de preços dos alimentos está concentrada em itens de grande consumo para as famílias, como arroz (19,2%), feijão (35,9%), leite (23%) e ovos (7,1%).

Gráficos 1 e 2

Tabela 1

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