Crédito e juros

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

A evolução do crédito vem mantendo as tendências, tanto nos saldos quanto nas novas concessões, de melhoria no segmento livre – na divisão entre livres e direcionados – e no de pessoas físicas (PFs) – na desagregação entre PFs e pessoas jurídicas (PJs). Uma abertura setorial (no crédito para PJ) permite observar que, em 2019, os saldos dos setores industriais caíram, enquanto os de serviços subiram. O saldo de títulos privados continuou crescendo, corroborando a tendência de maior recurso ao mercado de capitais. O aumento do endividamento das famílias, por sua vez, está se dando somente no crédito não imobiliário. O aumento do comprometimento da renda vem acontecendo por causa do aumento do endividamento, já que o custo do crédito ficou aproximadamente estável ao longo de 2019. Seria desejável que o novo endividamento estivesse se dando no crédito imobiliário, que, apesar de valores tipicamente mais altos, compromete menos a renda familiar. A taxa de juros média no Sistema Financeiro Nacional (SFN) para novas concessões chegou a dezembro do ano passado praticamente no mesmo valor de dezembro de 2018, apesar da Selic ter caído 2 pontos porcentuais (p.p.). Já os spreads para PF subiram 1,6 p.p. entre dezembro de 2018 e o fim de 2019. Um box resume as novas regras para o cheque especial editadas pelo Conselho Monetário Nacional. As diversas características desse segmento que o afastam do modelo de concorrência perfeita levaram o Banco Central, com base em estudos técnicos, a propor o estabelecimento de um teto para os juros e a autorizar a cobrança de tarifa.200213_cc_46_secao_credito_graficos_4_e_5

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