Por Maria Andréia Parente Lameiras
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda registrou, em junho, pelo terceiro mês consecutivo, desaceleração no ritmo de crescimento dos preços em todas as classes pesquisadas, especialmente para as de renda mais baixa, que, beneficiadas sobretudo pelo comportamento do grupo alimentos e bebidas, apontaram a primeira deflação desde novembro de 2018 (tabela 1). Embora menos generalizada e com intensidade inferior à observada em maio, a queda no preço dos alimentos, notadamente de itens importantes como cereais (-4,5%), frutas (-6,1%) e massas e farinhas (-0,75%), foi o maior fator de alívio inflacionário para as famílias mais pobres, sendo o principal responsável pelas deflações de 0,03% e 0,02% apresentadas pelas faixas de renda muito baixa e baixa, em junho, respectivamente. Ainda que em menor proporção, os recuos nas tarifas de energia elétrica (-1,1%), do gás de botijão (-0,48%) e da gasolina (-2,0%) também impactaram negativamente a inflação dos mais pobres, gerando contribuições negativas de 0,01 ponto percentual (p.p.) dos grupos habitação e transportes, anulando, inclusive, as altas de 0,38%, 1,6% e 0,39% dos preços dos aluguéis e das tarifas de água e esgoto e ônibus urbano, respectivamente. Em contrapartida, a forte alta de 1,5% nos preços dos artigos de higiene pessoal fez com que o grupo saúde e cuidados pessoais gerasse uma contribuição de 0,06 p.p. para a inflação, o que impediu uma deflação mais expressiva para as famílias mais pobres.
Veja a análise completa do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de jun./2019