Por Leonardo Mello de Carvalho
O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aponta avanço de 0,4% em fevereiro em relação ao período imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. O resultado sucedeu o crescimento de 2,1% em janeiro (quando os investimentos foram afetados positivamente pelas operações de comércio exterior envolvendo plataformas de petróleo) e deixa um carry-over de 2,2% para o primeiro trimestre de 2019. Na comparação entre o trimestre terminado em fevereiro e o terminado em novembro, os investimentos apresentam alta de 1,1%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador registrou aumento mais expressivo, de 10,1%. Com isso, o crescimento acumulado em doze meses chegou a 5,2%.
Na comparação com o ajuste sazonal, o consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – cuja estimativa corresponde à sua produção doméstica líquida das exportações acrescida das importações – apresentou crescimento de 2,9% em fevereiro, sendo o responsável pelo bom desempenho da FBCF no período. De acordo com os componentes do Came, enquanto a produção interna de bens de capital líquida de exportações cresceu 43,5%, a importação de bens de capital retraiu 47,1% na margem. Parte da volatilidade observada em fevereiro pode ser explicada pelos efeitos das operações de comércio exterior envolvendo plataformas de petróleo ocorridas no mês anterior, que provocaram fortes oscilações nas exportações e importações de máquinas e equipamentos.
O indicador de construção civil, por sua vez, recuou 1,2% na comparação dessazonalizada. Com isso, o trimestre móvel terminado em fevereiro mostra um resultado praticamente estável, com elevação de 0,2% ante o período imediatamente anterior. Por fim, o terceiro componente da FBCF, classificado como outros ativos fixos, apresentou queda de 0,6% na passagem de janeiro para fevereiro.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o desempenho voltou a ser heterogêneo. Enquanto o Came cresceu 17,5% ante fevereiro de 2018, após avanço de 14% no mês anterior, a construção civil registrou variação negativa de 0,8%. Por fim, o componente outros cresceu 3,7% em relação a fevereiro de 2018.