Demanda interna por bens industriais avança 0,5% em abril

Por Leonardo Mello de Carvalho

O indicador Ipea de consumo aparente (CA) da indústria – definido como produção industrial doméstica, acrescida das importações e diminuída das exportações – registrou alta de 0,5% na comparação entre abril e março, na série com ajuste sazonal (ver tabela). Já na comparação com abril de 2016, a queda de 4,7% interrompeu sequência de quatro meses. Por sua vez, pelo nono período consecutivo, a variação acumulada em 12 meses desacelerou seu ritmo de queda, passando de -4,6% para -4,2%. Quando comparado à produção doméstica, medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), cuja taxa ficou em -3,6%, este resultado voltou a indicar um escoamento líquido para o setor externo. Nessa mesma base de comparação, enquanto o volume importado de bens industriais diminuiu 0,3%, as exportações acumularam alta de 2,2% nos 12 meses terminados em abril de 2017. A melhora gradual observada no desempenho das importações corrobora um cenário mais benigno para a produção industrial.

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Considerando-se o consumo aparente por grandes categorias econômicas, a comparação entre os meses de abril e março, na série dessazonalizada, mostrou um desempenho heterogêneo. Os destaques positivos ficaram por conta das categorias bens de capital e bens intermediários, que avançaram 0,7% e 0,2% na margem, respectivamente. Já o setor de bens de consumo semi e não duráveis registrou queda de 2,6% na margem. Na comparação contra o mesmo período do ano anterior, a queda foi generalizada, com destaque negativo também para a produção de bens de consumo, com retração de 10% sobre abril de 2016.

Com relação às classes de produção, após alta de 13,3% em março, na comparação com ajuste sazonal, a extrativa mineral voltou a avançar em abril, com crescimento de 4,4%. Já a indústria de transformação manteve-se virtualmente estável, registrando pequena queda de 0,2% na margem. Entre as atividades, verificou-se crescimento em 12 de um total de 22, o que levou o índice de difusão para 55%. Entre as atividades com maior peso, contribuíram positivamente produtos alimentícios, com alta de 2,5% na margem, e máquinas e equipamentos, que registrou expansão de 4,7%. No sentido contrário, o consumo aparente de veículos automotores voltou a contribuir negativamente para o resultado na margem, recuando 0,7% ante o mês de março. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, apenas 9 atividades registraram variação positiva ante abril de 2016, com destaque para a metalurgia (+9,2%). Em relação ao resultado acumulado em 12 meses, cinco setores já apresentam variação positiva até o mês de abril, com destaque para produtos químicos, têxteis e equipamentos de informática, que registraram crescimento de 2,2%, 4,2% e 4,3%, respectivamente.

Acesse aqui a planilha completa com os dados do Indicador Ipea de consumo aparente de abril de 2017



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