Por Leonardo Mello de Carvalho
O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou alta de 3,4% na comparação entre fevereiro e janeiro de 2017, na série com ajuste sazonal. Este resultado reverteu parte da queda ocorrida no período anterior, e deixa um carregamento estatístico (carry-over) de -0,9% para o primeiro trimestre de 2017, ou seja, caso o FBCF apresente crescimento nulo no mês de março, encerraria o primeiro trimestre do ano registrando contração de 0,9% sobre o período anterior, também na série ajustada sazonalmente. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador registrou queda de 1,0% sobre fevereiro de 2016. Com isso, o ritmo de queda na comparação acumulada em doze meses arrefeceu pelo sétimo período consecutivo, passando de -9,0% para -7,9%.
O crescimento na passagem entre os meses de janeiro e fevereiro foi consequência do bom desempenho dos dois principais componentes da FBCF. O consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – que é uma estimativa dos investimentos em máquinas e equipamentos e corresponde à produção industrial doméstica acrescida das importações e diminuída das exportações – apresentou forte alta, com avanço de 8,9% na margem. Já o indicador de construção civil obteve resultado mais modesto, registrando crescimento de 0,3%, ainda na comparação com ajuste sazonal. Contra o mesmo período do ano anterior, enquanto o Came cresceu 4,2% sobre o mês de fevereiro de 2016, a construção registrou queda de 3,9%.
Entre os componentes do Came, a produção doméstica de bens de capital avançou expressivos 7,2% em fevereiro, explicando o bom resultado na comparação dessazonalizada. Por outro lado, enquanto as exportações avançaram 15,4% na margem, as importações de bens de capital permaneceram estáveis , com avanço de apenas 0,1%.