Seção 02 - Densidade dos vínculos públicos na população do país


A seção apresenta informações sobre a densidade dos servidores públicos no conjunto da população utilizando os dados da RAIS e dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Densidade de vínculos públicos no país, nas regiões e nos estados

Nesta seção, exploram-se apenas os dados mais gerais relativos à densidade dos vínculos públicos2 no conjunto da população do país, suas regiões e estados.

O quantitativo de vínculos público no conjunto da população brasileira permite compreender de um ângulo próprio o tamanho do setor público -- inclusive em termos comparados com outros países -- e identificar em que medida este tamanho condiz com a necessidade de ofertar serviços de forma qualificada 1. Esta é uma perspectiva importante de análise porque a burocracia pública que, direta ou indiretamente, entrega a maior parte dos serviços públicos à população. Portanto, a variação entre o número de habitantes no território e o número de vínculos públicos se encontram direta ou indiretamente relacionados. Nesta análise, contudo, não são considerados aspectos como a produtividade do trabalho no setor público, obtida, por exemplo, com a adoção de novas tecnologias. A produtividade de setores tais como processamento de dados, como o INSS, pode crescer exponencialmente em função da introdução das tecnologias da informação. Por outro lado, o provimento de serviços médicos é mais intensivo em mão-de-obra e o aumento populacional demanda, quase naturalmente, no aumento da demanda por novos vínculos de trabalho. A relação entre população e número de vínculos deve, por isso, também ser setorialmente analisada, o que pretende-se fazer no futuro, neste Atlas.

Na série de 1986 a 2017, observam-se três diferentes movimentos. De 1986 a 1999, o percentual de vínculos é estável em torno de 4% do total da população -- e um pouco superior se forem incluídas as empresas públicas e de capital misto. A partir de 2000, até 2012, o percentual de vínculos públicos sobe gradualmente até 5,7% e, desde então, observa-se queda ligeira. Comparativamente, nota-se que este crescimento é homólogo ao observado para o conjunto dos vínculos de trabalho formais no país, em relação ao conjunto de sua população. Considerando todos os vínculos, no setor público e privado, estes passaram de 25% para 32% da população (Gráfico 1), de 1986 a 2017. Considerando apenas o setor privado, o percentual subiu de 20% para 26%, embora o auge tenha ocorrido durante os 32% registrados em 2012.