Projeto Acesso a Oportunidades

O Projeto Acesso a Oportunidades é uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e que visa compreender a condições de transporte e de desigualdades de acesso a oportunidades nas cidades brasileiras.


Objetivos:

O projeto tem três objetivos:

  1. Estimar anualmente o acesso da população a oportunidades de trabalho, serviços de saúde e educação por modo de transporte nos maiores centros urbanos do Brasil
  2. Criar uma base de dados abertos para acompanhar anualmente as condições de acessibilidade urbana nas cidades brasileiras
  3. Construir redes de pesquisa para utilizar esses dados em estudos comparativos e no planejamento e avaliação de políticas públicas


Resultados:

O Projeto Acesso a Oportunidades (AOP) traz estimativas anuais de acesso a empregos, serviços saúde, educação e assistência social por modo de transporte, bem como dados sobre a distribuição espacial da população, empregos, saúde, escolas e equipamentos de assistência social em alta resolução espacial para as 20 maiores cidades do Brasil (figura abaixo). Para isso, o projeto combina dados de registros administrativos, pesquisas amostrais, dados de imagens de satélite e de mapeamento colaborativo para calcular níveis de acessibilidade em alta resolução espacial (aproxidamente na escala de quarteirão). Essas estimativas também são feitas de maneira desagregada por grupos socioeconômicos segundo nível de renda, sexo, idade e cor/raça. Detalhes sobre a metodologia nos relatórios anuais do projeto e sobre como baixar os dados aqui.

Escopo

2017, 2018, 2019

20 cidades

Trabalho, educação, saúde e proteção social

Modos de transporte

Pico e fora-pico

Metodologia:

A metologia da pesquisa envolve 4 etapas.

1. Primeiro, cada cidade é divida numa grade espacial de hexágonos onde cada célula tem uma área de 0.11 km2.

2. Em seguida, essa grade de hexágonos é utilizada para reagregar espacialmente os dados populacionais e socioeconômicos do Censo Demográfico, registros administrativos com a localização de empregos formais (de baixa média e alta escolaridade), escolas públicas (educação infantil, nível fundamental e médio), estabelecimentos de saúde que atendem pelo SUS (com nível de atendimento de baixa, média e alta complexidade) e centros de referência de assistência social (Cras)..

3. Num terceiro passo, são processados dados de topografia, rede viária de transporte público em formato GTFS e histórico de velocidade do tráfego para estimar matrizes de tempo de deslocamento entre todos os pares de hexágonos para cada modo de transporte e horário do dia. Estas estimativas foram feitas para o modo automóvel utilizando-se o software ArcGIS Pro com dados históricos de velocidade das vias, e para os modos a pé, bicicleta e transporte público utilizando-se o r5r, um algoritmo aberto de roteamento de redes de transporte multimodal. O r5r gera estimativas de tempo de viagem de porta a porta, incluindo tempos de caminhada, de espera, de viagem e eventuais transferências.

4. Os resultados das etapas (2) e (3) são combinados para calcular o acesso da população a oportunidades por cada modo de transporte. Nesta edição do projeto, foram calculados três tipos de indicadores de acessibilidade:

  • Tempo mínimo que se leva para chegar até a oportunidade mais próxima
  • Medida cumulativa ativa, indicando número de oportunidades da cidade que são acessíveis em determinado tempo de viagem.
  • Medida cumulativa passiva, indicando por quantas pessoas cada hexágono da cidade pode ser acessado em determinado tempo de viagem.

Parceria com Semob/MDR:

O Projeto Acesso a Oportunidades conta com parceria da Secretaria de Mobilidade Urbana do Ministério de Desenvolvimento Regional (Semob/MDR). A parceria envolve diversas frentes de ação que serão realizadas pela equipe do Ipea, entre elas:

- Realização de estudos sobre as condições de mobilidade e acessibilidade urbana nas cidades brasileiras

- Levantamento anual das condições de acessibilidade nas grandes cidades no Brasil, com compartilhamento aberto de dados e scripts computacionais. Esse diagnóstico da acessibilidade será utilizado para informar a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, bem como para alimentar o Sistema Nacional de Informações em Mobilidade Urbana (SIMU) e monitorar a efetividade das políticas do setor

- Realização de eventos e oficinas para disseminação destes dados junto a gestores públicos, sociedade civil e pesquisadores

- Realização de estudos para avaliar ex-post o impacto de acessibilidade de investimentos em mobilidade urbana que já foram implementados, assim como para avaliar ex-ante os potenciais impactos de acessibilidade de projetos que ainda estão em fase de planejamento

- Capacitação da equipe técnica da Semob/MDR sobre métodos e técnicas de análise de acessibilidade para avaliação de políticas públicas.