Página Principal  
site do ipea contato


Contato
A Pesquisa
Resultados
2ª Edição (2006)
1ª Edição (2002)
Parceria
Perguntas Freqüentes
Notícias
Veja Também
Entidades
Organizações Sociais
Revistas Digitais
Internacionais
Artigos
Apoio:
Rede Ipea

Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada - IPEA

Diretoria de Estudos
Sociais - DISOC

SBS, Ed. BNDES, 14º andar
Brasília - DF - 70.076-900

Fone: 61 - 3315 5282
Home > Artigos

Artigos

Empresas e o respeito ao meio ambiente: como o RH pode contribuir

*Jansen de Queiroz Ferreira

O cuidado com o meio ambiente é uma preocupação mais ampla e mais complexa do que o cuidado com a qualidade de vida dos colaboradores, porque não afeta o resultado financeiro e nem o clima das organizações de forma imediata. No médio e longo prazo, afetará às empresas de forma extremamente relevante, pela elevação dos custos de produção e de distribuição e a todos nós por tornar difícil, senão impossível, a sobrevivência dos seres vivos na terra.

Os paises mais desenvolvidos pensavam que transferindo a produção agressiva ao meio ambiente para os paises subdesenvolvidos, ficariam livres da reação da natureza à agressão brutal ao meio ambiente. O tempo demonstrou que se tratava de um auto-engano, um pensamento mágico.

Os empresários nativos dos países em subdesenvolvimento depredam o meio ambiente, sendo perdulários no uso de recursos como água, energia e madeira, negligenciam o tratamento dos resíduos líquidos e não dão a destinação adequada aos resíduos sólidos, isso tudo com a conivência ou omissão do Estado. Pensam somente em ganhar dinheiro de forma irresponsável e inconseqüente com relação ao futuro das gerações seguintes, como se o meio ambiente não tivesse forma de manifestar sua reação a tanta agressão.

Agora nos deparamos com as fortes e contundentes respostas da natureza em forma de escassez de água potável, elevando substancialmente o custo deste recurso insubstituível à vida, redução do estoque de combustíveis e das áreas de florestas. Observamos a ameaça às fontes de energia hidroelétrica, através das secas prolongadas, provocando elevação de custo desse fator essencial para a produção de bens e serviços. Adicionem-se ainda os tsunamis, os tufões, as tempestades com chuva que afetam todos os meios de transporte, prejudicando e encarecendo todos os meios de distribuição de bens e serviços.

Além dos efeitos citados temos a ameaça do aumento da água dos mares pelo derretimento das geleiras, com graves conseqüências sociais e econômicas, o aquecimento solar que provoca oscilações climáticas, prejudicando a produção de alimentos e a redução de áreas agricultáveis.

Os empresários e os executivos são frutos da sociedade e esta como um todo, no Brasil, ainda não tem pleno conhecimento da relevância e menos ainda consciência de que o cuidado com o meio ambiente é um processo educativo que começa em casa, com a seleção dos resíduos sólidos para que tenham destinação específica e menos agressiva, para não se jogar resíduos nas vias públicas, contratar catador de lixo para se desfazer de resíduos de reforma, construção, móveis velhos que serão jogados nas calçadas da próxima esquina, com a desfaçatez de que não é quem mandou que jogara e, sim, uma pessoa que por razões variadas não tem as mínimas condições de avaliar o mal que está causando.

Habitualmente, o setor público reage lentamente às necessidades da sociedade, e, principalmente, quando se trata de educação ou saúde. Organizações do terceiro setor e algumas poucas empresas produtivas, por uma combinação de consciência ecológica de que sem meio ambiente não existirá vida e, por conseqüência, empresa, com interesse econômico-financeiro: redução de custos de produção e de distribuição; empresas coletoras de resíduos sólidos, que se importam com o apoio da comunidade, estão assumindo a responsabilidade pela educação de suas equipes, dos clientes e dos usuários, promovendo eventos que objetivando despertar a consciência de respeito ao meio ambiente e distribuindo material educativo impresso. Essas ações poderão, em médio prazo, contribuírem para substancial redução da agressão ao meio ambiente.

A redução do lucro das organizações, imposta pela natureza, através da elevação dos custos de matéria-prima, água e energia e de distribuição induzirão as empresas a investir na redução da agressão ao meio ambiente. Os profissionais RH terão nesta questão que trabalhar mais do que na questão da melhoria da qualidade de vida no trabalho. Terão que procurar mais informações sobre esta relevante questão do século XXI.

Existem variadas maneiras de exercer influência: divulgar artigos e eventos sobre o assunto, o exemplo é e sempre será grande estimulador das mudanças. Incluir na programação da semana de prevenção de acidentes algumas palestras sobre temas: "Como destinar corretamente os resíduos sólidos?", "Como evitar a contaminação dos rios?","Que contribuições podem ser oferecidas para a redução da poluição ambiental?", "Reciclagem uma forma de proteger o meio ambiente", "Coleta seletiva domiciliar", entre outros. São alguns dos muitos títulos que poderão contribuir para conscientização de que o respeito ao meio ambiente, isso é responsabilidade de todos. O RH deve apropriar-se dessa grande questão universal para valorizar, ainda mais, suas relevantes funções organizacionais e de cultivador das competências humanas.

* Jansen de Queiroz Ferreira é consultor sênior em Gestão Polifocal e professor. 

Fonte: Portal RH


Outros artigos desta seção:

Ética e Responsabilidade Social

Para avaliar o "movimento da sustentabilidade

Ainda há espaço para a caridade na filantropia?

Mas o que é Responsabilidade Social

Investimento social privado: atuação em redes de bom senso
todos os artigos