Beijing+20

Em 1995, foi realizada na cidade de Beijing (Pequim), na China, a Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres, no âmbito do sistema ONU. O encontro representou um marco para a promoção da agenda da igualdade de gênero e dele derivou um acordo internacional cujo objetivo é promover a igualdade e eliminar a discriminação contra as mulheres.

Esse documento, chamado “Declaração e Plataforma de Ação de Pequim”, contém doze temas prioritários de trabalho, representando um parâmetro para a atuação de governos em prol da promoção da igualdade entre homens e mulheres. Tais áreas são: Mulheres e pobreza; Educação e Capacitação de Mulheres; Mulheres e Saúde; Violência contra as Mulheres; Mulheres e Conflitos Armados; Mulheres e Economia; Mulheres no Poder e na liderança; Mecanismos institucionais para o Avanço das Mulheres; Direitos Humanos das Mulheres; Mulheres e a mídia; Mulheres e Meio Ambiente; Direitos das Meninas.

Em 2015, vinte anos após a Conferência, durante a realização da 59ª Sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW59), organizada anualmente pela ONU, ocorreram debates acerca dos avanços e dos desafios que ainda permanecem para o alcance dos objetivos listados na plataforma.

Os presentes textos se inspiram nesse movimento de avaliação, apresentando um balanço da implementação da plataforma de Pequim no Brasil, tendo como norte a apresentação dos avanços e desafios remanescentes em nossa sociedade para o alcance da igualdade e o fim da discriminação contra as mulheres.  Para embasar as análises, foram utilizados prioritariamente os dados apresentados no Retrato das desigualdades de gênero e raça, que traz informações que contemplam precisamente o período dos vinte anos pós-Beijing. Caminhamos muito, e há conquistas a serem celebradas. Contudo, ainda há bastante o que avançar e, para isso, iniciativas como a aqui representada são fundamentais, não apenas por incitar um debate conjunto acerca de todas as doze áreas temáticas listadas no documento de Pequim, oferecendo um painel da atual situação do país em cada segmento, como, ademais, por retomar essa importante agenda de discussão, trazendo luz a aspectos que, na pressa do cotidiano, muitas vezes restam esmaecidos.