VULNERABILIDADES HIDROLÓGICAS DO SEMI-ÁRIDO ÀS SECAS

Autores

  • José Nilson Bezerra Campos Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

vulnerabilidades hidrológicas, Semi-Árido, seca

Resumo

Uma prospecção na história do Nordeste brasileiro mostra que, mesmo antes da ocupação dos sertões pelos colonizadores, as secas já expulsavam os indígenas da região para o litoral. Pode-se concluir que, em condições naturais, sem obras de infra-estrutura hidráulica, o ecossistema pode ser considerado como de alta vulnerabilidade. Durante a colonização dos sertões, decorreram trinta anos sem secas, os quais proporcionaram um crescimento das populações acima da capacidade do ecossistema, o que também fez aumentar a vulnerabilidade. Esta tornou-se explícita, de forma dramática, com a seca de 1877, que resultou na morte de quase a metade da população dos sertões. A partir de então, houve um substancial acréscimo na rede de açudes e no conhecimento da hidrologia regional. Mesmo assim, o ecossistema ainda tem mostrado muita vulnerabilidade às secas. Este trabalho analisa a questão da vulnerabilidade sob a ótica das secas hidrológicas e das secas edáficas. As primeiras resultam em escassez de água para as cidades e para a irrigação, enquanto que a segunda ocasiona perdas na produção da agricultura de sequeiro, e atinge o segmento mais pobre da população do Semi-Árido. Apresentam-se vários indicadores de vulnerabilidade, que demonstram, para a região, a necessidade de ampliar a infra-estrutura hidráulica, de melhorar o conhecimento da hidroclimatologia da região, e, ainda, de desenvolver técnicas de manejo dos recursos hídricos. Por fim, apresentam-se diretrizes para o desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos do Semi-Árido.

Biografia do Autor

José Nilson Bezerra Campos, Universidade Federal do Ceará

PhD em planejamento de recursos hídricos e professor titular da Universidade Federal do Ceará.

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Publicado

2022-09-15

Como Citar

Campos, J. N. B. (2022). VULNERABILIDADES HIDROLÓGICAS DO SEMI-ÁRIDO ÀS SECAS. Planejamento E Políticas Públicas, (16). Recuperado de //www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/120