Rotatividade no emprego atinge mais jovens de baixo salário

Rotatividade no emprego atinge mais jovens de baixo salário

Análise do fenômeno durante o período de crise internacional foi feita pela Presidência do Ipea em Nota Técnica

Uma Nota Técnica assinada pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, avalia a rotatividade no emprego formal no Brasil nos últimos meses, especialmente a partir do último trimestre de 2008. O estudo afirma que os mais prejudicados pela rotatividade - em geral, substituição de empregados de maior remuneração por outros de menor custo do trabalho - são os mais jovens e que recebem salários menores.

A nota ressalta que rotatividade não significa encolhimento no nível de emprego, “mas possibilidade de rebaixamento das remunerações”. No caso brasileiro, 49% dos trabalhadores atingidos pela rotatividade em 2008 tinham até 30 anos. Em outros países, como Estados Unidos, Japão e boa parte da União Europeia, a parcela de vítimas da rotatividade até 21 anos em 2008 não passou de 8% do total, enquanto no Brasil atingiu 19%.

Na comparação com esses países, o Brasil também apresenta entre os atingidos pela rotatividade mais homens e mais pessoas que completaram apenas o ensino básico. São 67% de homens contra 33% de mulheres, e 53% de pessoas só com ensino básico (41% com ensino médio e 6% com ensino superior).

Pochmann explica que, a partir da crise econômica, a rotatividade cresceu 6,4% no País. Entre setembro de 2008 e junho de 2009, a taxa média nacional foi de 3,14%. Entre setembro de 2007 e junho de 2008, havia sido de 2,95%. Outra constatação é a de que, no Brasil, esse fenômeno tende a ocorrer com mais frequência no primeiro mês de contratação.

Leia a íntegra da Nota Técnica