Ipea aprofundará estudos sobre a região Norte

Ipea  aprofundará estudos sobre a região Norte

Assinatura de convênio que abre representação no Pará permite troca de informações e parceria em pesquisas com o IDESP

Foto: Celso Abreu/IDESP
A governadora do pará, Ana Júlia Carepa, compareceu à
cerimônia de assinatura na sede do Basa em Belém

Em cerimônia que contou com a presença da governadora Ana Júlia Carepa, o Ipea assinou um termo de cooperação com o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP). O convênio inaugura oficialmente a representação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada na região Norte e permitirá o aprofundamento dos estudos sobre os sete estados e o compartilhamento de informações com a instituição paraense. Por sua vez, o IDESP terá acesso à metodologia de cálculo de indicadores como o PIB potencial e o Sensor Econômico.

A governadora do Pará lembrou o compromisso que assumiu com a recriação do IDESP, ocorrida em 2007, e ressaltou a importância de incrementar a atuação do instituto por meio da cooperação com o Ipea . “A parceria fortalece ainda mais a participação da sociedade no planejamento, pois representa o esforço de nosso governo em tornar participativas as políticas públicas”, disse. Ana Júlia compareceu ao evento acompanhada do secretário de Estado do governo, Edilson Rodrigues.

Marcio Pochmann, presidente do Ipea , assinou o convênio com o presidente do IDESP, José Raimundo Trindade, na sede do Banco da Amazônia (Basa) em Belém. A cerimônia começou às 10h e foi seguida por um debate sobre o tema Políticas Públicas e Desenvolvimento Regional. Em sua exposição, Pochmann fez um breve histórico do processo de evolução econômica e social brasileira, desde a sociedade agrária, no século 19, até a pós-industrial. 

Ele destacou os desafios do novo ciclo de expansão pós-industrial do Brasil – responder às mudanças demográficas e na estrutura familiar, pensar o desenvolvimento de acordo com os diferentes biomas nacionais, disseminar o conhecimento e fazer a reforma tributária. E apresentou alguns dados específicos das regiões. “Na década de 1970, a presença do Norte no valor da transformação industrial brasileira era de menos de 1%. Em 2005, havia crescido para 4,8%”, afirmou, ao descrever as profundas desigualdades regionais que persistem no País.

Pochmann disse ainda que a abertura da representação na região Norte compõe o processo de descentralização das ações de pesquisa do Ipea. O Instituto já abriu escritório em João Pessoa (PB) e terá outro em Curitiba (PR). “A criação e o fortalecimento do IDESP após a retomada de suas atividades nos motivou a realizar essa parceria. Partimos do pressuposto de que planejar o Brasil para as próximas gerações não pode se restringir a Brasília”, declarou. O Ipea possui, ainda, uma representação no Rio de Janeiro.

A possibilidade de troca mais intensa e freqüente de informações entre as duas instituições permitirá conhecer melhor a realidade regional e empreender estudos em parceria. Guilherme Dias, assessor da Presidência do Ipea, será o representante do Instituto na região. Durante o debate, ele pediu que o Norte não opte por simplesmente copiar modelos de desenvolvimento implementados no Sudeste.

Já Raimundo Trindade, do IDESP, disse que a parceria é muito importante par a suprir a administração pública na formulação de políticas: “É importante publicizar, socializar uma quantidade expressiva de informações sobre o estado, nas mais diversas áreas, para o planejamento de políticas públicas e para a sociedade em geral”.