Ipea debate pequenos negócios com Sebrae do Maranhão

Ipea debate pequenos negócios com Sebrae do Maranhão
O seminário foi apresentado pela diretora-adjunta Denise Gentil e teve a presença do presidente do Sebrae,
Júlio Noronha

Representando o Ipea, a diretora-adjunta de Estudos e Políticas Macroeconômicas, Denise Gentil, apresentou a palestra Desafios do Desenvolvimento para uma plateia de cerca de cem pessoas da Diretoria Nacional do Sebrae, em São Luís (MA), nesta quinta-feira, 25. Após a abertura do evento pelo presidente do Conselho Deliberativo da Sebrae, Júlio Noronha, a economista expôs como os pequenos empreendimentos não agrícolas se defrontam com a realidade socioeconômica do País, com base no recente Comunicado do Ipea n° 39, Atualidade e perspectiva das ocupações nos pequenos empreendimentos no Brasil, lançado pelo Instituto.
 
Denise destacou que esse setor abriga 31 milhões de trabalhadores, 54% do total dos ocupados do setor privado no País. De cada três postos de trabalho, dois são gerados nos pequenos negócios. A concentração de 39% de ocupados está no Sudeste. Comércio, alojamento e alimentação representam quase 40% das ocupações. Entre 1989 e 2008, no Maranhão, cresceu 93% o número de ocupados nesse setor, embora tenha havido uma perda de participação relativa.
 
A diretora alertou que, apesar de abrigar grande parte das ocupações do País, as precariedades são elevadas com baixa proteção social nos pequenos empreendimentos. Há 8,7 milhões de ocupados nesse setor que vivem em condição de pobreza, ou seja, ganham até meio salário mínimo, um aumento de um milhão no número de pobres entre 1989 e 2008. A baixa escolaridade também preocupa, com apenas 10% dos ocupados com ensino superior. Somente quatro em cada dez desses trabalhadores são protegidos pela lei trabalhista e previdenciária, e 15 milhões desses ocupados trabalham mais de 44 horas por semana.
 
Denise mostrou que 55% dos postos de trabalho que serão gerados até 2020, ou seja, 10,7 milhões, virão desses pequenos empreendimentos. O problema é que, nesse ritmo, 61% do total dos ocupados desse setor ainda não terão proteção trabalhista em 2020. A pesquisadora ressaltou a assimetria de poder político e econômico que precisa ser reequilibrada entre as grandes e pequenas empresas, e pediu mais atuação do Estado em prol dos pequenos negócios.