UFMA recebe palestras sobre macroeconomia e inovação

UFMA recebe palestras sobre macroeconomia e inovação

Nos dois últimos dias da Semana de Economia, Denise Gentil e Luiz Ricardo Teixeira falaram aos estudantes. Reitor encerrou o encontro

Foto: Frednan Santos
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Denise Gentil, diretora-adjunta de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, falou aos estudantes universitários no Maranhão

A professora Denise Gentil, diretora-adjunta de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, foi a palestrante do terceiro dia da Semana de Economia na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Na quarta-feira, dia 24, a doutora em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro afirmou que o capitalismo tem uma falha sistêmica grave de insuficiência de demanda agregada. Por isso, a intervenção do Estado é fundamental para preencher esse hiato, seja gastando mais ou reduzindo os tributos para dinamizar a economia.

“O gasto social gera receita imediatamente, que se transforma em consumo, ativa a produção e o emprego, promovendo um ciclo virtuoso para a economia”, ressaltou. A economista defendeu que o tripé da macroeconomia capaz de levar ao desenvolvimento é uma política de câmbio administrado, desvalorizado e estável, uma política fiscal ativa, voltada para o pleno emprego, e uma política monetária de juros baixos.

A pesquisadora colocou em xeque mitos como o de que, quando o governo expande a oferta de moeda, os preços sempre aumentam. “A política fiscal é feita quando a economia está em baixo ritmo, quando existe uma produção ociosa. Com os gastos do Estado, aumenta-se a renda, o poder de compra, desovam-se os estoques, ou seja, a oferta reage a esse crescimento da demanda e não vai haver aumento de preços”, argumentou.

Na quinta-feira (25), último dia do encontro no auditório do Centro de Ciências Sociais, o técnico da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset) Luiz Ricardo Teixeira palestrou sobre avanços tecnológicos. O engenheiro mostrou que a concorrência por meio da inovação é a força motriz básica da economia capitalista, e que os países mais desenvolvidos investem mais em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse investimento não é feito apenas pelos governos, mas tem uma participação relevante do setor produtivo.

O acadêmico destacou a importância do setor produtivo, pois as empresas inovadoras trazem benefícios ao País, geram postos de trabalho de melhor qualidade, pagam salários 23% superiores à média da indústria e têm 16% mais de chances de exportar produtos de maior intensidade tecnológica. “No entanto, não dá para esperar até que os setores privados invistam, pois os projetos de inovação são de alto risco, alto custo, e há um descompasso entre as taxas de retorno privada e social dos projetos de P&D”, afirmou, reforçando a necessidade de políticas de inovação para incentivar o setor produtivo a investir em P&D.

No encerramento da Semana de Economia, o reitor da UFMA, professor e doutor Natalino Salgado Filho, agradeceu a realização do evento, que considerou produtivo e rico em conteúdo. Ele também manifestou o desejo em aprofundar a parceria entre a universidade e o Ipea.