Brasília encara o desafio de reduzir a desigualdade

Brasília encara o desafio de reduzir a desigualdade

Comunicado divulgado pelo Ipea na véspera do aniversário da capital discutiu temas centrais no futuro da cidade

Foto: Sidney Murrieta

Divulgação do Comunicado do Ipea nº 44 foi seguida de um
seminário sobre mobilidade, turismo e trânsito no Distrito Federal

O Distrito Federal cresce em participação na economia brasileira, mas permanece com uma vergonhosa desigualdade social, acima da média brasileira. Essa é uma das informações contidas no Comunicado do Ipea nº 44, Brasília: impactos econômicos da capital no Centro-Oeste e no País, lançado por ocasião do aniversário de 50 anos da cidade. De acordo com o estudo - uma análise que teve como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1978, 1988, 1998 e 2008 -, o DF tem participação crescente no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, acima da evolução registrada na Região Centro-Oeste.

“O DF não está tão sujeito a sazonalidades que atingem o Centro-Oeste, mais voltado à agropecuária”, explicou o assessor técnico da Presidência do Ipea Milko Matijascic, que apresentou o estudo ao lado de Marcio Pochmann, presidente do Instituto. “Assim como em outras cidades, as transferências do governo, especialmente por meio da previdência, promovem importantes mudanças do ponto de vista de transferência de renda para determinadas parcelas da população”, acrescentou Milko.

O assessor técnico da Presidência do Ipea mostrou número do DF relativos a variáveis como educação, pessoas por domicílio, mulheres na chefia das famílias, idosos por domicílio e acesso a serviços como saneamento e coleta de lixo. Embora os níveis de pobreza na capital federal sejam menos relevantes que no Brasil como um todo, a desigualdade permanece gritante. O coeficiente de Gini com as transferências governamentais continuou em 0,63 entre 1998 e 2008.

Marcio Pochmann ressaltou que, 50 anos depois, a capital concebida com o papel especial de pensar o futuro do País passa a ter problemas comuns a outras cidades. “Brasília carece de um projeto de longo prazo para reafirmar seu potencial em termos de apoio ao desenvolvimento nacional e do Centro-Oeste. O adensamento populacional da cidade foge à perspectiva original. Enfim, ela precisa de um projeto para os próximos 50 anos”, disse.

A coletiva de imprensa para a apresentação do Comunicado do Ipea nº 44 teve transmissão pelos sites www.ipea.gov.br e www.ipea.gov.br e foi seguida pelo seminário Brasília 50 anos, em que especialistas da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea e de fora do Instituto debateram temas como urbanização, trânsito e turismo no DF.

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 44

Veja os gráficos sobre a evolução econômico-social do DF