Estudo relaciona bem-estar e envelhecimento em países

Estudo relaciona bem-estar e envelhecimento em países

 

Pesquisa comparativa do Brasil e da África do Sul revela que situação tem melhorado ao longo do tempo

“Atualmente, o envelhecimento populacional está se desenrolando em um ritmo mais rápido nos países em desenvolvimento que nos desenvolvidos”, afirmou Ana Amélia Camarano, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, no seminário Envelhecimento, bem-estar e desenvolvimento: um estudo comparativo do Brasil e da África do Sul. O evento, realizado no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 21, às 10h, contou também com os palestrantes Peter Llyod-Sherlock (University of Norfolk),  Armando Barrientos (University of Manchester),  João Saboia (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Valerie Moller (Rhodes University, da África do Sul) e Julia Mase (University of Manchester).

O foco da pesquisa é a dinâmica de bem-estar entre as pessoas de baixa renda das famílias com idosos em ambos países e o impacto das políticas sociais nas pessoas mais velhas. Os pesquisadores produziram um estudo comparativo ao longo do tempo e entre países. O bem-estar é avaliado a partir de uma perspectiva multidimensional que capta os itens básicos de sobrevivência, renda e consumo.

“O principal objetivo do projeto é acompanhar as mudanças de bem-estar ao longo do tempo e compreender a dinâmica do envelhecimento individual em um contexto de países em desenvolvimento”, disse Valerie Moller. Os pesquisadores desenvolveram um modelo conceitual para captar a influência do envelhecimento individual sobre o bem-estar, sobre modos de vida e inclusão social das pessoas idosas e seus familiares em um contexto de país em desenvolvimento.

O estudo se baseou em amostra dos domicílios com indivíduos da terceira idade no Brasil e na África do Sul, que participaram de uma pesquisa em 2002. Os dados foram revistos em 2008. “Essa pesquisa tem muito a contribuir para a formulação de políticas sobre o envelhecimento nos países em desenvolvimento”, conclui Peter Llyod-Sherlock.

As principais conclusões do estudo são que os níveis de bem-estar dos idosos na África do Sul e no Brasil têm melhorado ao longo do tempo. Pensões relacionadas à renda continuam a ser essenciais para o bem-estar, a subsistência e a inclusão econômica das pessoas idosas em ambos países.