Rapidez e custo influenciam na escolha do transporte

Rapidez e custo influenciam na escolha do transporte


Percepção do brasileiros sobre a mobilidade urbana foi revelada na segunda edição do Sips sobre esse tema

Sidney Murrieta
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Os técnicos de planejamento e pesquisa Ernesto Galindo e Luciana Acioly durante a apresentação do Sips

A impressão que os usuários dos diferentes meios de transporte têm sobre a mobilidade urbana foi o tema da nova edição do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) divulgado nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).  O estudo revelou, entre outras informações, as formas de deslocamento mais utilizadas nas regiões metropolitanas e não metropolitanas, a avaliação dos usuários e as razões que levam a população a escolher determinado meio de transporte. 

De acordo com a pesquisa, 60% dos habitantes das regiões metropolitanas usam o transporte público em seus deslocamentos. O número é significativo quando comparado com os dados dos outros municípios pesquisados. Fora dos grandes centros urbanos, menos de 25% das pessoas optam pelo sistema público de transporte. Nessas regiões, destacam-se os deslocamentos a pé (19,9% dos pesquisados) e em motos (18,9%).

De forma geral, a maior parte da população tem avaliações positivas sobre a qualidade dos meios de transportes. 66,3% consideram “muito bom” ou “bom” a forma de deslocamento que mais utiliza. O pior resultado foi registrado entre aqueles que optam pelo transporte coletivo, com menos de 50% avaliando como bom o serviço. “De qualquer maneira, nem mesmo a avaliação do transporte coletivo é ruim, já que quase metade considera bom e 36% regular”, comentou Ernesto Galindo, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

O Sips mostrou ainda que a rapidez, a disponibilidade e o custo são os fatores com maior peso na escolha do usuário e também na disposição dele para utilizar o transporte público. “Esses fatores sempre aparecem e estão relacionados com os investimentos feitos pelo poder público, mas as percepções dos usuários podem carregar ideias pré-concebidas. Será que o usuário do carro sabe que o transporte público pode ser mais rápido?”, questionou Galindo.  O pesquisador afirmou que as políticas públicas também devem se preocupar com a disseminação de informações sobre os transportes. “Os preconceitos podem impedir mudanças siginificativas na mobilidade urbana”, concluiu.

A sensação de segurança nos deslocamentos urbanos foi outro ponto abordado na pesquisa. Os usuários do transporte público se mostraram mais preocupados, especialmente aqueles que já sofreram algum tipo de acidente ou foram assaltados –  60% dos que já sofrearam assalto, por exemplo, raramente ou nunca se sentem seguros.

“Os usuários de transporte público são os mais influenciados pela experiência com acidentes e assaltos, enquanto a percepção dos motoristas de carro quase não foi sensível a esses eventos. Isso reforça que pode haver uma ideia pré-concebida sobre a segurança dos meios de transporte”, ressaltou o pesquisador do Ipea.

Leia a íntegra da segunda edição do SIPS sobre Mobilidade Urbana

Veja os gráficos da apresentação sobre Mobilidade Urbana