Cai a confiança das famílias brasileiras, revela IEF

Cai a confiança das famílias brasileiras, revela IEF

 

Índice de Expectativas das Famílias teve redução de um ponto, mas continua na faixa de moderado otimismo

De outubro a novembro, houve redução no otimismo das famílias brasileiras, revelou o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), divulgado nesta quinta-feira, 8, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O índice, no entanto, permanece na faixa de otimismo moderado, acima de 60 pontos.

Em novembro, o IEF registrou 63,7 pontos, contra 64,7 no mês anterior. Em relação a novembro de 2010, a queda foi mais acentuada: 1,9 ponto. “A piora nas expectativas dos brasileiros está em linha com as condições gerais da economia do país que, no terceiro trimestre, registrou uma estagnação”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

A maior contribuição para a piora no índice foi dada pela região Centro-Oeste, com queda de 6,6 pontos de um mês para o outro. Norte e Nordeste também apresentaram menor otimismo, ao contrário da Sul e Sudeste, que se mostraram mais confiantes no bom desempenho da economia brasileira.

Mesmo com a redução, o IEF sustentou-se na faixa de otimismo porque a maior parte das famílias ainda acredita em melhoras na sua situação financeira e no desempenho econômico do país no curto prazo. 82,73% dos entrevistados preveem que terão situação financeira melhor nos próximos 12 meses. Da mesma maneira, 60,08% acreditam em um bom desempenho da economia brasileira no próximo ano.

Endividamento
Outro fator que contribuiu para a permanência neste patamar foi a redução no endividamento. Na pesquisa, 55,6% das famílias revelaram não ter qualquer tipo de dívida, resultado oito pontos percentuais acima do encontrado no mesmo mês do ano passado. A dívida média declarada foi, em novembro, 1,2% menor que em outubro. “Desde o início do ano, as famílias vêm ajustando sua situação, reduzindo o endividamento”, disse o presidente do Ipea.

Com dívida menor, os brasileiros estão mais propensos a comprar bens duráveis. 55,6% entendem que o momento atual é bom para compras desse tipo. “O IEF ainda não captou as últimas medidas do governo de estímulo ao consumo, é provável que no próximo esse número seja ainda maior”, comentou Pochmann.

Índice
O IEF é uma pesquisa mensal realizada em 3.810 domicílios, em 214 municípios, abrangendo todas as unidades da federação. A pontuação do IEF para a situação socioeconômica brasileira resulta da combinação de cinco diferentes dimensões consideradas, a saber:

(i) a expectativa da família sobre a situação econômica nacional;
(ii) a percepção da família sobre a condição financeira passada e a expectativa sobre a condição futura;
(iii) a expectativa da família sobre decisões de consumo;
(iv) a expectativa da família sobre o endividamento e condições de quitação de dívidas e contas atrasadas; e
(v) a expectativa da família sobre o mercado de trabalho, especialmente nos quesitos segurança na ocupação e sentimento de melhora profissional futura.

Confira a íntegra do Índice de Expectativas das Famílias, edição 16

Assista na íntegra à apresentação do 16º IEF