Boletim aborda desafios do Brasil diante dos BRICS

Boletim aborda desafios do Brasil diante dos BRICS

Ipea apresentou publicação sobre temas como comércio internacional e cooperação para o desenvolvimento nacional

Oportunidades e desafios para o Brasil com a composição de um grupo político e econômico com a Rússia, Índia, China e África do Sul, os BRICS, foram o tema do lançamento da 9ª edição do Boletim de Economia e Política Internacional pelo Ipea, nesta quarta-feira. Apresentado por meio de coletiva pública, o documento é composto por nove artigos formulados e apresentados por técnicos do Instituto.

Com um artigo sobre oportunidades para o Brasil, Flávio Carneiro abriu o evento destacando as oportunidades para o desenvolvimento nacional, a partir de importações e exportações oferecidas com a constituição do grupo. De acordo com o pesquisador, para a maioria dos países, e sobretudo para a China, ocorreu, por um lado, um aumento da complementaridade da pauta do ponto de vista agregado, e, por outro, uma redução do número de produtos em que se verifica a complementaridade. Alguns desses produtos destacam-se como possíveis oportunidades no comércio com mais de um dos países analisados. Essa reincidência ocorreu, por exemplo, em produtos como petróleo cru, coque de petróleo, laminados de aço de grãos orientados, polietileno e aeronaves de peso superior a 15 toneladas.

Ao analisar três países – Brasil, China e Índia –, o técnico André de Mello mostrou a distinção de prioridades e de interesses destes, que envolvem desde promoção de interesses econômicos, político-diplomáticos, à conquista de uma cadeira no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Para o estudioso, ainda não há um modelo distintivo de cooperação para o desenvolvimento sul-sul: “Se o regime de cooperação internacional centrado no CAD é relativamente fraco, os países emergentes ainda não dispõem de um regime alternativo, e as diferenças entre eles acerca da cooperação internacional são significativas. A institucionalização em âmbito internacional para o desenvolvimento sul-sul, bem como maiores centralização, coordenação e transparência das instituições domésticas engajadas nessa cooperação, são fundamentais para o seu aprimoramento”.

Com críticas à organização atual do setor de comércio internacional de serviços, Ivan Tiago ressaltou que é fundamental o avanço do país em relação às potencialidades desse tipo de comércio. Segundo ele, é necessário identificar os produtos da área com maiores potencialidades, a fim de aumentar a competitividade brasileira no cenário internacional.

Leia a íntegra da 9ª edição do Boletim de Economia e Política Internacional