Nova classe média corresponde a 53% da população

Nova classe média corresponde a 53% da população


São mais de 100 milhões de brasileiros. Um aumento de 37% apenas na última década

 

Fotos/Ascom-SAE

Moreira Franco, ministro chefe da SAE, durante a cerimônia de lançamento da plataforma

Foi lançada nesta quinta, 20, a plataforma Vozes da classe média, que buscará identificar, por meio de pesquisas, quais as especificidades da nova classe média brasileira, inclusive questões relativas ao seu comportamento, mecanismos que levaram à ascensão dessa população a esse estrato e o que ela necessita para continuar no processo de elevação à classe alta, com o intuito de formulação de novas políticas públicas.

Participaram do evento o ministro chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Moreira Franco, o subsecretário de Ações Estratégicas da SAE, Ricardo Paes de Barros, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Braga Andrade, o representante do PNUD no Brasil, Jorge Chediek, e o diretor da Caixa Econômica Federal, José Henrique da Cruz.

No discurso de abertura, Moreira Franco destacou a importância da pesquisa que será realizada com 10 mil pessoas que compõem a nova classe média, na qual serão utilizados dados do IBGE, Ipea, PNUD, Banco Central e CNI. “O objeto dessa pesquisa é um fato histórico, pois temos a possibilidade de viver uma experiência profunda, que mudará a vida da sociedade brasileira”, ressaltou o ministro. Ele ainda observou que se a classe média brasileira fosse um país, estaria entre os oito com maior capacidade de consumo, algo em torno de R$ 1 trilhão de reais anuais.

Cerca de 20% da classe baixa migraram para a classe média na última década – em torno de 40 milhões de pessoas –, o que demanda uma nova plataforma de políticas públicas que atendam e compreendam essa nova conjuntura nacional. Atualmente, a classe média correspondem a cerca de 53% da população. Como grande desafio para o poder público, Paes de Barros ponderou que “há a necessidade de modificações das políticas públicas brasileiras numa velocidade que atenda à velocidade das transformações sociais em curso”.
 

Políticas públicas
Dando prosseguimento ao evento, os pesquisadores Diana Grosner, da SAE, e Renato Meirelles, do Instituto Data Popular (IDP), apresentaram alguns dados que possibilitam compreender como houve a ascensão tão numerosa à classe média em apenas uma década.

Segundo Grosner, a educação é o principal fator causador da migração para a classe média à medida que também é a maior discrepância entre a classe alta e a classe média. “Enquanto a classe média estuda cerca de 8 anos, esse tempo é de 12 anos para a classe alta. A educação parece ser um fator decisivo para explicar a diferença entre as classes”, concluiu. A renda per capita da classe alta é cerca de quatro vezes maior que da classe média, demonstrando que apesar dessa rápida ascensão, a classe média ainda está muito distante economicamente e educacionalmente da classe alta.

Percepção de melhora da qualidade de vida no Brasil, ampliação do consumo, otimismo, protagonismo e cidadania foram as quatro dimensões analisadas por Renato Meireles para compreender a nova dinâmica da classe média. O pesquisador destacou que “as políticas públicas para a classe média não têm mais a ver com assistencialismo, mas com política econômica”. Por fim, afirmou que o grande desafio das políticas públicas é ouvir efetivamente o cidadão que quer ser protagonista dessas políticas.