Nível de ocupação se recupera, mas rendimento está em queda


Nível de ocupação se recupera, mas rendimento está em queda

Boletim de Mercado de Trabalho aponta ainda dificuldade do jovem de manter emprego estável


Um panorama do mercado de trabalho no primeiro semestre de 2013 e duas notas técnicas que investigam a dificuldade do jovem de manter uma trajetória estável no emprego. Esses são os destaques do Boletim de Mercado de Trabalho: Conjuntura e Análise n° 55, divulgado nesta quarta-feira (4) na representação do Ipea no Rio de Janeiro.

Apresentado pelo diretor-adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Carlos Henrique Corseuil, o estudo aponta ligeiro desaquecimento do desempenho do mercado de trabalho metropolitano brasileiro, mesmo com os indicadores ainda situados em patamares satisfatórios e apresentando médias para o primeiro semestre melhores que o observado no mesmo período de 2012.

A taxa de desocupação apresentou uma tendência de crescimento nos seis primeiros meses de 2013, comportamento que não havia sido observado nos anos imediatamente anteriores. A marca de 6,0% em junho ainda é das menores na história recente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), sendo a segunda menor observada para esse mês – a menor foi justamente no ano anterior.

A população ocupada cresceu em média 1,2% no primeiro semestre de 2013, em relação ao mesmo período do ano anterior, com uma geração de 272 mil postos de trabalho. Já o rendimento médio real habitualmente recebido registrou um ganho médio de 1,5% no primeiro semestre de 2013 em comparação ao mesmo período de 2012, ficando em torno de R$ 1.875,2 e registrando o valor de R$ 1.869,2 em junho. Apesar de se manter em patamares superiores em comparação com os anos anteriores, o rendimento real aumentou apenas entre janeiro e fevereiro e entrou em uma suave trajetória de declínio desde então.

Motivado por temas como o lançamento do Estatuto da Juventude, das mobilizações sociais e da Jornada Mundial da Juventude, o Boletim investigou o trabalho do jovem. Os resultados mostram que os estabelecimentos em setores de alta rotatividade tendem a empregar uma parcela maior de trabalhadores jovens.

O estudo informa que o jovem costuma entrar pela “porta errada” no mercado de trabalho: a dos contratos mais instáveis. A Nota Técnica A rotatividade dos jovens no mercado de trabalho formal brasileiro conclui que essa dificuldade geralmente está relacionada ao grande fluxo de saída de empregos. Esse fluxo pode ser o sinal de curtos períodos de trabalhos, os quais geralmente estão associados à baixa qualidade do posto de serviços ou a baixos níveis de formação dos trabalhadores.

Confira o Boletim de Mercado de Trabalho n°55

Vídeo: Assista à entrevista de Carlos Henrique Corseuil sobre o Boletim de Mercado de Trabalho n°55

Acesse a apresentação do Boletim de Mercado de Trabalho n°55