Assessor do Ipea discute crise e ajuste fiscal na Câmara

Assessor do Ipea discute crise e ajuste fiscal na Câmara

Nesta quinta, Paulo Kliass, assessor da Presidência do Instituto, participou de audiência sobre o tema na Comissão de Legislação Participativa


Na quinta-feira, dia 22, o assessor da Presidência do Instituto Paulo Kliass foi um dos especialistas convidados para debater o tema Crise Econômica e Crise Política: para além de um ajuste fiscal na Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados. Ele apontou a tendência cultural de ver a economia de um país como a economia de uma família. “É muito mais complexo a gente tratar a economia de um país, ainda mais um país como o Brasil, com um grau de sofisticação e de complexidade nas relações econômicas, sociais, a financeirização, a internacionalização”, disse.

Para o economista, o Estado, ao contrário do indivíduo e da empresa, pode emitir moeda e criar dívida, tem instituições como o Tesouro Nacional e o Banco Central, além de um montante fenomenal de reservas internacionais. Então, não se deve entrar nesse “debate simplório”, de que não precisa adequar receita e despesa. “Pensa-se que se a receita não está dando conta da despesa é muito simples: a gente corta despesa. Mas essa não é a melhor forma de encarar esse debate”, destacou.

Paulo Kliass disse que, do ponto de vista da dinâmica econômica, ajustes são feitos sempre. “A economia é um mecanismo dinâmico, muito complexo e há sempre desajustes que necessitam de alguma forma de equilíbrio. O contrário seria uma suposição idealista de que normalmente há o equilíbrio perfeito e que só em momento de desequilíbrios é necessário atuar”, explicou.

O economista lembrou que primeiro o país se deixou dominar “por essa armadilha da dívida pública”. “A gente dá isso como um dado da realidade que não pode ser transformado e não é bem assim”, observou. Uma segunda armadilha, segundo o pesquisador, muito séria, mas não tão difícil de ser superada, é o problema do superávit primário.

Também participaram da discussão Fábio Konder Comparato, da Ordem dos Advogados do Brasil; Maria Lúcia Fattorelli, representante da Associação Auditoria Cidadã da Dívida; Alfredo Jorge Madeira Rosa, diretor Adjunto da Diretoria de Estudos Técnicos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal; Alfredo Jorge Madeira Rosa, diretor Adjunto da Diretoria de Estudos Técnicos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal; Roberto Bocaccio Piscitelli; representante do Instituto Justiça Fiscal (IJF); Guilherme Lazarotti de Oliveira Representante da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (UNAFE); e, Grazielle Davi, assessora politica do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC). A mesa foi mediada por Luiza Erundina (PSB-SP).