Luta de classes é silenciosa e invisível, afirma Jessé Souza
Publicado em 11/01/2016 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h32
Publicado em 11/01/2016 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h32
Luta de classes é silenciosa e invisível, afirma Jessé Souza
“A quem serve a classe média indignada?” é o título da entrevista publicada pela Folha de S. Paulo neste domingo
O presidente do Ipea, Jessé Souza, foi o entrevistado da edição deste domingo do caderno Ilustríssima, da Folha de S. Paulo. Em duas páginas, ele explica como características tidas como basilares para a formação da sociedade brasileira, como o patrimonialismo, na verdade são um “conto de fadas para adultos”. O “patrimonialismo só sobrevive como um conceito que quer dizer alguma coisa em um contexto que pressupõe o complexo de vira-lata do brasileiro”, afirmou.
Jessé trata, na entrevista, de um “racismo pela cultura” que legitima privilégios das classes dominantes no Brasil. Ele explica como Sérgio Buarque de Holanda criou o falso conflito entre “um Estado demonizado como corrupto e ineficiente e o mercado como reino de todas as virtudes, quando os dois no fundo são indissociáveis”, mas também critica o economicismo de raiz marxista, considerando o capitalismo “um sistema de classificação e desclassificação que predetermina quem ganha e quem perde e legitima esses lugares”.
Para Jessé, o país é cenário de uma luta de classes silenciosa e invisível que permite o monopólio de recursos pelas classes privilegiadas. “A fanfarra do patrimonialismo e da corrupção só do Estado serve, antes de tudo, para tornar essas lutas invisíveis”, disse o entrevistado, que em dezembro lançou o livro A Tolice da Inteligência Brasileira.
Leia a entrevista de Jessé Souza à Folha de S. Paulo