Boletim do Ipea aponta a necessidade de mais ações preventivas de segurança

Boletim do Ipea aponta a necessidade de mais ações preventivas de segurança

O 11º Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi), lançado em debate no instituto, no Rio, propõe diagnóstico, planejamento, boa gestão, monitoramento e avaliação


No debate de lançamento do Bapi - mediado pelo diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest) do Ipea, Alexandre Gomide - foram analisadas diversas experiências internacionais que deram certo no setor.

Segundo o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Daniel Cerqueira, um dos organizadores da publicação, o sucesso de métodos no exterior “se deve a um protagonismo das organizações locais para fazer segurança pública, onde as ações são precedidas por diagnóstico, planejamento, boa gestão, monitoramento e avaliação, bem diferente das ações reativas e reuniões de última hora, que servem apenas para proporcionar um espetáculo midiático que acontece no Brasil”. Ele também afirma que “nos lugares em que as políticas públicas funcionam de forma efetiva, há uma polícia inteligente, baseada em informação, ao inverso do policiamento ostensivo e exacerbado da violência, como é no nosso país”.

Para o professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF), Arthur Trindade, “até meados da década de 1990, o governo federal nunca pretendeu ter protagonismo na área de segurança pública. Esse cenário começa a mudar em função de uma mudança de percepção do eleitorado, que passa a identificar no presidente da República, nos governadores e nos prefeitos a responsabilidade com o tema de segurança pública.”

Já o diretor-executivo do Cidade Segura e ex-secretário municipal de Segurança de Canoas/RS, Alberto Kopittke, avaliou que, apesar de reflexões que mudaram a estrutura constitucional e as leis penais, hoje surge um novo caminho de discussão que é a intervenção por meio de forças armadas federais”.

No debate também foi abordado o tema das guardas municipais. Os pesquisadores acreditam que elas têm um papel fundamental, mas alertam que este segmento não deve ser uma reprodução da polícia militar, mas sim ter um papel de elo nas comunidades.

O documento aborda ainda o papel do governo federal na área de segurança pública, que seria de indução da capacitação dos entes federativos e de financiamento para uma mudança de qualidade nas políticas de segurança pública como visto no cenário internacional. “É necessário termos um controle efetivo e proativo da polícia no país, para controlar as nossas instituições policiais e trabalhar com ações preventivas, focalizada nas crianças e nos jovens em comunidades, na contramão da história e das políticas efetivas de segurança públicas no Brasil”, finalizou Cerqueira.

Confira o Boletim de Análise Político-Institucional – Política Nacional de Segurança Pública