Indicador Ipea aponta inflação menor para famílias de baixa renda em julho

Indicador Ipea aponta inflação menor para famílias de baixa renda em julho


Deflação dos alimentos no domicílio puxou a queda, enquanto as classes mais ricas sofreram com a alta das passagens aéreas e da alimentação fora de casa

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a julho aponta que a queda de 0,6% nos preços da alimentação no domicílio foi o principal fator de alívio inflacionário entre as famílias de menor renda no país. Por sua vez, reajustes das passagens aéreas superiores a 44% e a alta de 0,7% da alimentação fora de casa penalizaram as classes mais altas.

Calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do IBGE, o Indicador Ipea revela que, com o fim dos impactos da greve dos caminhoneiros sobre os preços dos alimentos, reverteu-se o quadro de inflação de junho, quando a taxa registrada entre as famílias de renda muito baixa (1,50%) superou aquela das famílias de renda alta (1,03%).

Em julho, o grupo de renda muito baixa observou uma inflação de 0,26%. Para o de renda alta, a taxa foi de 0,38%. Nos últimos 12 meses até julho, enquanto a inflação das classes mais baixas elevou-se em 3,45%, a dos mais ricos apontou variação de 5,17%.

Apesar da alta da energia elétrica (5,3%) e do ônibus urbano (1,5%), as famílias mais pobres sentiram menos a inflação em julho, ainda que ela tenha acelerado em todas as classes no último bimestre. De janeiro a julho, a inflação mais alta para os segmentos de renda elevada explica-se, sobretudo, pelo comportamento da gasolina (11%), das mensalidades escolares (5,5%) e dos planos de saúde (6,9%).

O Grupo de Conjuntura do Ipea apresentou também uma análise completa sobre o desempenho recente dos principais índices de inflação ao consumidor e ao produtor e confirmou a expectativa, para o restante do ano, de um cenário inflacionário próximo à meta de 4,5%. Esse quadro baseia-se em um balanço de riscos pontuado por um crescimento modesto da atividade econômica em 2018, por um amplo grau de ociosidade da economia e pela lenta retomada do mercado de trabalho, atuando como limitador de uma alta de preços mais significativa, principalmente no setor de serviços e de bens de consumo duráveis.

A perspectiva é de desaceleração dos preços administrados, tendo em vista que a maior parte dos reajustes da energia já foi concedida, além da baixa probabilidade de novas altas significativas na cotação do petróleo no mercado internacional.

Confira a íntegra da Seção no blog da Carta de Conjuntura