Ipea realiza webinar para discutir dados estatísticos sobre agropecuária no Brasil

Instituto mostra pioneirismo ao propor sugestões para padronizar os dados do setor

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada convidou especialistas do setor agropecuário para o webinar "Estatísticas e Geoinformação Agropecuárias Oficiais - Regulação, Produção e Uso", realizado nesta quarta-feira (17) sob a coordenação de José Ronaldo Castro de Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, e Ana Cecília Kreter,  editora da Carta de Conjuntura Agro e pesquisadora associada da instituição. O evento teve como objetivo discutir e propor sugestões para a padronização dos dados agropecuários no Brasil. 

Na abertura do webinar, Souza Júnior enfatizou que o setor agropecuário é o único com aumento de produtividade nas últimas décadas, além de ser o principal gerador de resultados comerciais para o Brasil. Ana Cecília Kreter, que mediou o debate, ressaltou a importância do evento e do tema discutido. “Esse é o kick off meeting para começar a discutir de forma regular a questão dos dados", disse. O Ipea acompanha o setor agropecuário e publica, periodicamente, estudos sobre o tema.

O webinar contou com a participação de Antônio Simões Florido, pesquisador associado do Ipea; Marcus Peixoto, consultor legislativo do Senado Federal; e Guilherme Soria Bastos Filho, engenheiro agrônomo, consultor e ex-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

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Antônio Carlos Florido apresentou esclarecimentos sobre o censo agropecuário e comparou os mais recentes, realizados em 2006 e 2017. "Procurei captar um pouco da minha experiência como servidor de censo agropecuário – foram seis censos – e selecionei algumas das variáveis mais demandadas para falar sobre elas. Em todos os censos, tinha que explicar as diferentes estatísticas oficiais (Censo, IBGE, SPA, Conab)", disse Florido. Um dos pontos abordados foi que ambos os levantamentos retratam questões agrárias (que têm a ver com o acesso à terra e sua utilização em atividades agropecuárias), mas não questões fundiárias (relativas a imóveis rurais, sua propriedade e distribuição pelo território). Ele também falou sobre as características dos estabelecimentos rurais e o uso de agrotóxicos. 

Em sua apresentação, Marcus Peixoto tratou dos marcos regulatórios dos Sistemas Estatísticos e Geográfico e falou sobre a importância das estatísticas oficiais para o planejamento de políticas públicas e tomada de decisões do setor privado, além da comparabilidade internacional com dados oficiais de outros países. Ele também abordou os desafios com o novo marco regulatório, entre eles, a confiabilidade e padronização dos dados, equiparação aos sistemas e padrões internacionais e integração dos sistemas de informação em nível federal, estadual e municipal. "Precisamos desenvolver o novo Sistema Nacional de Informações Oficiais, uma capacidade de disponibilização de dados que possam ser pesquisados (dados abertos), com critérios de acesso definidos na lei e no regulamento", defendeu Peixoto. 

Guilherme Bastos expôs as diferenças metodológicas nos levantamentos de órgãos federais, estaduais e instituições privadas, e mencionou a falta de base de dados unificadas e adequadas para fomentar a produção agropecuária sustentável, a comercialização e o abastecimento​. "Minha parte é trabalhar a questão da importância da governança, da coordenação no âmbito das estatísticas agropecuárias", disse o especialista. Ele apresentou a estrutura estatística agropecuária em outros países, o marco legal da Lei de Política Agrícola, publicada em 17/01/1991, e levantou questões sobre como coordenar a geração de dados públicos e o papel de cada instituição no levantamento de dados. 

Confira aqui o webinar

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