O segmento popular das cidades brasileiras é o tema do livro “Brasil Popular, circuitos da economia urbana e políticas públicas”, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os autores apontam como esse setor é marginalizado na elaboração e implementação das políticas públicas por estar pejorativamente associado à informalidade, à ilegalidade e ao improviso. Discute-se também sua centralidade e potencial para contribuir com o desenvolvimento do país a partir de práticas cidadãs. A obra utiliza a teoria dos circuitos da economia urbana, de Milton Santos, como norteadora de suas discussões para analisar as diversas dimensões do Brasil popular.

Organizada por Renato Balbim, técnico de planejamento e pesquisa na Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Mónica Arroyo, professora da Universidade de São Paulo (USP), e Cristine Santiago, pesquisadora bolsista no Ipea, a publicação reúne as reflexões de especialistas durante um ciclo de debates no ano de 2022.

A obra propõe uma reflexão sobre os modelos tradicionais de desenvolvimento a partir de uma visão crítica, observando de que maneira esses modelos se instalam nos territórios do Sul Global, segregando e excluindo os setores populares do direito à cidade. Cria-se uma oposição entre a cidade considerada “formal” – bem delimitada pela lógica de mercado e pelo aparato institucional – e o universo da cidade “informal”, abrangendo elementos como economia, trabalho, habitação, finanças, cultura, regras e normas, migração, entre outros.

Nesse sentido, um dos objetivos do livro é contribuir para estimular e aprimorar o desenho de políticas públicas que abranjam os setores populares da cidade. Os autores defendem que a economia popular representa uma expressão autêntica, orgânica e solidária da sociedade brasileira, revelando aspectos socioespaciais e culturais do país. Assim, a partir de uma linguagem mais coloquial e menos técnica, voltada a um amplo público, a coletânea busca compreender as potencialidades do Brasil popular em um efetivo projeto político inclusivo, democrático, resiliente e sustentável.

Acesse aqui a íntegra do livro

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