Renovação da agenda de inovação e produtividade é necessária para o país
Especialistas buscaram no seminário construir propostas de políticas públicas para o setor a fim de enfrentar a crise
Pesquisadores do Ipea e representantes de instituições governamentais e da academia discutiram, na tarde desta quinta-feira, 1º de outubro, a renovação das políticas públicas brasileiras de inovação e produtividade. No debate, que ocorreu durante o seminário Agenda Estratégica para o Brasil, a diretora-ajunta de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, regulação e Infraestrutura do Ipea, Flávia de Holanda Schmidt Squeff, apresentou alguns pontos de um documento elaborado pelo Instituto, abordando desde as políticas recentes de inovação até diretrizes e propostas para uma nova agenda que aumente a capacidade de inovar da economia brasileira.
Squeff destacou que, sob diversas medidas e enfoques, a constatação é de que a produtividade no país não cresceu ou cresceu muito pouco desde o final da década de 70. “A gente acredita que as taxas de produtividade no Brasil estão muito ligadas à tecnologia e inovação, mas também a uma combinação de condições sistêmicas, que necessitam de aperfeiçoamento, no caso brasileiro, ligado à infraestrutura, à educação, à estrutura concorrencial, ao nosso ambiente de negócios”, afirmou.
Segundo a pesquisadora, nos últimos quinze anos, as políticas de inovação aportaram recursos mais significativos e desenharam um arcabouço institucional regulatório mais favorável ao desempenho inovador das empresas brasileiras. Mas, ainda assim, o desempenho que se tem aferido, especialmente para as pesquisas em inovação tecnológica, não é exatamente o esperado.
Angústia criativa
Quanto ao desenho das políticas, o diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Carlos Américo Pacheco, disse acreditar que o documento do Ipea está corretíssimo ao ressaltar que o país tem um arcabouço institucional relativamente completo, mas demonstrou preocupação com o que chamou de “angústia criativa”: quando se cria muito e se pensa pouco sobre o insucesso das iniciativas de inovação.
Para o professor da Faculdade de Direito da FGV-RJ Daniel Vargas, “nenhum dos modos de compreender a crise e de como caminhar para resolvê-la colocou no centro das discussões o desafio concreto da produtividade”. Ele lembrou que há um pressuposto de que, realizado o ajuste, preservados os direitos e realizadas as garantias, reduzindo e racionalizando o Estado, a economia, como uma fênix, ressurja das cinzas e volte a crescer.
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, encerrou a sessão de discussões dizendo que não existe nenhum país que tenha saído de uma crise econômica profunda sem ciência, sem tecnologia e sem inovação. Segundo ele, o Brasil precisa pensar a universidade integrada ao sistema de produção tecnológica, como forma de desenvolver o país.
Leia o texto 'Inovação e produtividade: por uma renovada agenda de políticas públicas'
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Veja as apresentações desta Sessão:
Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=26373&Itemid=8