Observatório de Gestão do Conhecimento

Com o advento da globalização, o conhecimento tornou-se recurso essencial no estabelecimento de vantagens competitivas sustentáveis para as organizações. Deste enfoque, originou-se a expressão “gestão do conhecimento”: um conjunto de práticas e ferramentas que visam à criação, armazenamento, disseminação e utilização deste elemento a fim de atingir os objetivos organizacionais. Enquanto no setor privado o tema objetiva o lucro e o crescimento das empresas, no setor público suas práticas e ferramentas visam promover ganhos de eficiência, eficácia e qualidade nos serviços prestados. Nesta temática, destaca-se a etapa de criação, composta por quatro processos de conversão do conhecimento: socialização, externalização, combinação e internalização. Assim, o objetivo geral desta dissertação foi identificar práticas e ferramentas de gestão do conhecimento capazes de contribuir no aprimoramento dos processos de conversão de uma organização pública: o Campus Juiz de Fora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais. Buscou-se ainda identificar as práticas e ferramentas atualmente utilizadas pelos servidores, os processos de conversão mais vulneráveis na organização e a presença de barreiras individuais que pudessem obstar o desenvolvimento dos mesmos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa documental, aplicando-se ainda um questionário fechado em uma população de 61 servidores, com a adoção de uma abordagem qualitativa nesta última etapa. Para o estudo dos dados, foram utilizadas ferramentas de estatística descritiva, análise multivariada e análise de dados categóricos. Verificou-se então uma escassa utilização de práticas e ferramentas de gestão do conhecimento. Os itens mais citados pelos respondentes relacionaram-se com os processos de socialização e internalização, em detrimento às etapas de combinação e externalização do conhecimento organizacional. Dentre as barreiras individuais investigadas, três apresentaram os maiores percentuais de autoidentificação: a falta de confiança entre os próprios servidores, a avaliação negativa do conhecimento de seus pares e a necessidade de incentivos adicionais para a participação em atividades relacionadas ao tema. Conquanto os aspectos facilitadores e promotores relacionados às etapas de externalização e internalização tenham apresentado os resultados mais insatisfatórios, foi possível verificar a necessidade de aprimoramento de todos os processos de conversão dos conhecimentos organizacionais. Estes resultados e suas correlações foram considerados na elaboração de um Plano de Ação, visando a superação das principais vulnerabilidades identificadas.