Palavra de Especialista

A Inteligência Competitiva e sua finalidade

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Vivemos uma crise sem precedente que vem tirando o sono de muita gente ao redor do mundo, principalmente dos dirigentes, sejam eles públicos ou privados. Nesses momentos de crise, é comum ouvir questionamentos se é possível justificar a manutenção de uma área de Inteligência Competitiva em uma organização quando a ordem é cortar custos. Sempre respondo que a atividade de Inteligência foi criada para atender as necessidades de informação em ambiente de guerra. Como considero a guerra o ápice de uma crise, sempre respondo: “em ambientes de crise, essa área dever ser reforçada e, se não existir, deve ser criada”. Destaco que, apesar de suas origens, ela é útil tanto na paz quanto guerra, em tempos de crise ou não.

Na sociedade da informação ou do conhecimento em que vivemos, a busca pela ampliação ou manutenção da competitividade de países ou de organizações é uma guerra eterna e baseada em informação útil e oportuna. A área de Inteligência em qualquer organização, seja ela pública ou privada, é a responsável pela produção dessa informação que faz a diferença no processo decisório.

A atividade de Inteligência é altamente especializada, por isso necessita ser exercida por profissionais com competência para o seu desempenho, ou seja: na produção de informação que antecipe os acontecimentos, evitando que a organização seja surpreendida; que responda às questões que tiram o sono dos tomadores de decisão; e que contribua com o processo de inovação e com a proteção do conhecimento sensível da organização – atividades chave em momento de crise.

Também não deve ser encarada como uma atividade esporádica, pois representa um processo sistemático e contínuo de monitoramento e produção de informação para apoiar o processo de tomada de decisão estratégica. Inteligência Competitiva refere-se, então, ao nome dado a um produto, a uma atividade e a uma área pertencente ao campo da informação que muito colabora com o processo de gestão do conhecimento em qualquer organização. Ela é dividida em quatro grandes áreas, também chamadas de processos ou modelos: a produção de Inteligência, a Contrainteligência, o monitoramento ambiental e o Sistema de Inteligência Competitiva.

Em síntese, essa área tem como principais finalidades: apoiar o processo decisório, principalmente o estratégico por meio da produção de informação acionável capaz de antever mudanças no ambiente competitivo e no macroambiente; contribuir com os processos de formulação da estratégia e dos planos de marketing e de inovação; e salvaguardar o conhecimento sensível da organização. Enfim, evitar que a organização seja surpreendida por meio da produção de informação útil, oportuna, precisa e relevante, clara e antecipativa. Então, sua organização já possui uma área de Inteligência? Se não, será que não está na hora de criar uma?