Movimento negro realiza marcha em defesa dos quilombolas Imprimir

 O ato público acontecerá no dia 7 de novembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

No dia 7 de novembro, instituído como o Dia Nacional de Luta Pela Regularização Fundiária, será realizada a Marcha nacional em defesa dos direitos dos quilombolas.  Organizado pela Coordenação Nacional de Quilombos (Conaq), o ato público será realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O Movimento Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas é hoje um dos mais ativos agentes do movimento negro no Brasil. Unidos pela força da identidade étnica, os quilombolas construíram e atualmente defendem um território que vive sob constante ameaça de invasão, uma realidade que revela como o racismo age no país, impedindo que negros e negras tenham o direito à propriedade, mesmo sendo eles os donos legítimos das terras herdadas dos seus antepassados.

Descendentes diretos de Zumbi dos Palmares, símbolo máximo da luta do povo negro por liberdade, os negros que antes lutaram contra a escravidão e formaram territórios livres, hoje travam no dia-a-dia um embate pelo direito a terra. É uma história de resistência que garantiu a continuidade de centenas de quilombos. Sem dúvida uma sobrevivência sofrida, mas com vitórias.

Diante da resistência tornou-se impossível para o governo brasileiro não responder às demandas desse movimento. Essa situação foi consolidada a partir da afirmação da ação coletiva expressa na realização do I Encontro Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas, em novembro de 1995.

Neste sentido as Comunidades Negras Rurais Quilombolas alteraram a capacidade de mobilização regionalizada exercitada nas últimas décadas colocando a problemática do negro do meio rural como questão nacional. Como mecanismo de organização constituiu-se a Conaq. Dessa forma a marcha quilombola vem no sentido de dar visibilidade a luta de milhares de quilombolas espalhados pelo Brasil em busca de seus direitos constituídos.