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Modernização - Empresas que ganham o mundo

2004. Ano 1 . Edição 5 - 1/12/2004

Conheça alguns casos em que a inovação resulta em ganhos palpáveis.
 


por Maria Helena Tachinardi, de São Paulo

noticias-39-ImagemNoticiaFábrica da Cognis Brasil em Jacareí.

Não faltam casos reais para ilustrar os resultados da pesquisa coordenada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre as vantagens competitivas das empresas que investem em inovação. E fica evidente que tamanho ou origem do capital não são condições para o sucesso e o lucro graças ao investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Para começar, é bom observar uma empresa de capital exclusivamente nacional. A brasileira Politec, com sede em Brasília, maior empresa privada de serviços de tecnologia da informação (TI) do Brasil, está em pleno processo de globalização. Já tem uma filial nos Estados Unidos e pretende firmar contratos offshore na China, principalmente na área bancária. Nascida em Goiânia, há 34 anos, como um escritório de prestação de serviços em contabilidade e folha de pagamento, atualmente a Politec investe de 2% a 3% de seu faturamento anual de 410 milhões de reais (dado de 2003) em pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de 1% no treinamento de seus seis mil funcionários. "Fomos a primeira empresa nacional a conseguir nível 3 na certificação internacional em qualidade e maturidade na área de serviços de tecnologia da informação", diz Hélio Oliveira, sócio-diretor. Essa certificação vai do nível 2 ao 5. Este último só as multinacionais conseguem. O fato de ter nível 3 estabelece maior confiança do cliente em relação à empresa.

Por ser uma companhia de TI, o fundamental no momento da exportação não é o câmbio e sim o know-how. É o que deverá contar nos contratos que a Politec pretende negociar na China. Os chineses têm mão-de-obra mais barata do que a brasileira, mas não dispõem do conhecimento tecnológico. As tecnologias da Politec incluem gerenciamento eletrônico de documentos, imagem de documentos, biometria (reconhecimento da íris, escaneamento da impressão digital, reconhecimento da voz, verificação da assinatura e geometria da mão), gerenciamento de identidade e acesso. Nos contratos offshore, a empresa pega serviços no mercado internacional e cuida da execução no Brasil, enviando os resultados via internet. Daí a necessidade de ter muitos funcionários - e extremamente treinados.

A Full Gauge Controls, também de capital brasileiro, com sede em Canoas, no Rio Grande do Sul, é especializada no desenvolvimento e na produção de controladores digitais de temperatura, umidade, tempo e pressão para as áreas de refrigeração, aquecimento, climatização e aquecimento solar. Registrou um crescimento de 158,5% em suas exportações, em 2004, em relação ao ano passado. Dois de seus diferenciais são o design e a versatilidade. Os produtos agregam várias funções em um único instrumento. Um exemplo é o software que permite o gerenciamento à distância, via computador, de instalações de refrigeração e climatização. Esse sistema envia avisos ao celular ou ao endereço de e-mail do usuário caso temperatura, umidade ou pressão fujam dos parâmetros desejados. "Há procura no mercado por nossas soluções, principalmente no que se refere ao uso dos controladores para melhorar o desempenho dos equipamentos e aumentar sua vida útil, além de reduzir o consumo de energia", diz Antônio Gobbi, diretor da empresa. Os maiores concorrentes da Full Gauge estão concentrados na Europa.

Inovação e preço A KaVo do Brasil, com sede em Joinville (SC), está no time das empresas médias. É controlada por capitais estrangeiros e faz bonito em matéria de inovação. Produz equipamentos odontológicos, principalmente cadeiras com aparatos periféricos como luminária e mesa com instrumentos. Investe 4% de seu faturamento anual de 100 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento e consegue um preço prêmio nas exportações entre 10% e 15% superior ao de seus concorrentes, segundo Luciano Eric Reis, presidente da empresa. "Isso se deve ao fato de que a imagem da marca é associada à qualidade do produto. O cliente está disposto a pagar o diferencial pela marca e eu ofereço inovação a um preço acessível", diz.

A KaVo tem dois centros de pesquisa. Desenvolveu um equipamento de baixo custo para os dentistas que acabam de sair da faculdade e que dispõem de poucos recursos para montar seus consultórios. O produto novo é o Unik, abreviação de "Universidade KaVo". Para sua produção a empresa inaugurou uma segunda unidade fabril em Joinville. A produção utiliza partes e sistemas, fornecidos por parceiros, para a montagem dos equipamentos. Segundo a empresa, esse modelo resultará num salto de 20% a 30% em quantidade e produtividade.

Atualmente cerca de 51% do faturamento da KaVo é proveniente de exportações, um crescimento de 49% em relação a 2003. O salto nas vendas externas foi registrado durante a principal feira do setor na América Latina, o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (Ciosp), neste ano. A empresa vendeu 1.209 unidades do Unik no evento - 350 para países latino-americanos. Antes do equipamento de baixo custo, a KaVo vendia, em média, 250 cadeiras de dentista por feira. "Este ano havia oito concorrentes, dos quais três mais fortes e com fatia de mercado maior do que a nossa. A participação da KaVo não passava dos 16% até o ano passado. Agora chega a 53% graças ao equipamento de custo mais baixo", diz o presidente da empresa. Companhia de origem alemã que está no mercado brasileiro há 45 anos, em maio deste ano, a empresa foi incorporada ao grupo americano Danaher Corporation.

Sem desperdício Outra indústria de origem alemã, a Cognis do Brasil, do ramo químico, fatura anualmente 100 milhões de dólares no país e investe 3,4% de seu faturamento em P&D. Inova, diferencia produtos e obtém um preço prêmio em suas vendas externas. Construiu uma unidade industrial em Jacareí, no estado de São Paulo em 2000, orçada em 8 milhões de dólares, para agregar valor a um subproduto da refinação de óleo de soja, que contém fitoingredientes. Com isso conseguiu valorizar suas exportações em quase 300%, segundo Setsuo Sato, diretor de tecnologia. Alguns componentes separados no processo de produção, que antes eram descartados, agora são enviados para os Estados Unidos, onde são purificados e utilizados nas indústrias de alimentação e farmacêutica. "Isso é 30% do material que exportamos para os EUA. Com o restante, desenvolvemos tecnologia para polímeros, com aplicação nas indústrias têxtil, de verniz e de PVC", explica Sato. Em 2003, as exportações representaram 14% do faturamento da empresa. De seus 340 funcionários, 39 são ligados direamente à P&D. Catorze estagiários são recrutados de universidades parceiras, como USP, Unicamp e Universidade Federal de São Carlos. "A rotatividade é inferior a 10%, o que é pouco", diz Sato. "Investimos na formação de pessoal. A empresa paga cursos de mestrado e doutorado. No grupo de 39 pesquisadores, seis são mestres e dois doutores."

 
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