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O atual ciclo de expansão da indústria

2006. Ano 3 . Edição 24 - 7/7/2006

Luiz Dias Bahia

O atual ciclo de crescimento da indústria brasileira foi antecedido por praticamente duas décadas de desempenhos favoráveis pontuais. Foram recorrentes, no passado recente, pelo menos três problemas: a restrição externa, os limites da capacidade instalada e a inflação. É importante, para entendermos o atual ciclo de expansão (iniciado em meados de 2003), detectar que fatores têm puxado a demanda efetiva.

Um aspecto é a evolução do rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas nas regiões metropolitanas. Nota-se que a variação mensal de cada ano, em relação à do mesmo mês do ano anterior, só se torna positiva a partir de julho de 2004. Um aspecto análogo dessa questão é a evolução da população ocupada e empregada nas regiões metropolitanas. O indicador tem crescido mensalmente (em relação ao mesmo mês do ano anterior) desde 2003, tendendo a aumentar seu desempenho para patamares entre 4, 5% e 5, 5% em 2005. Essa é uma característica nova do atual ciclo em relação à década de1990: o crescimento com forte ampliação de emprego.

Outro indicador é o aumento mensal (em relação ao mesmo período do ano anterior) do volume de vendas no varejo, que só se torna positivo a partir de dezembro de 2003. E mais: informações acerca da evolução das operações de crédito com recursos livres de pessoas físicas do Sistema Financeiro mostram que variação mensal é positiva e alta (da ordem de 10% a 15%) desde o início de 2003.

Esses comportamentos são interessantes por indicar que, provavelmente, a dinamização da demanda de pessoas físicas, sustentadora do ciclo de expansão industrial experimentado atualmente, se deve, por ordem de importância, a crescimento do emprego, aumento da oferta de crédito e elevação real dos salários.

Mais um componente a ser considerado é o valor, em dólares, das exportações brasileiras. Nota-se seu crescimento após 2003, e a demanda externa provavelmente foi a responsável pelo início do ciclo expansivo. Importante, ainda, é o seguinte:durante o forte crescimento de 2004, as exportações não arrefeceram, como em 2000.

 

"A dinamização da demanda de pessoas físicas, sustentadora do atual ciclo de expansão industrial, se deve ao crescimento do emprego, ao aumento da oferta de crédito e à elevação real dos salários"


Um último aspecto é o da Formação Bruta de Capital Fixo. Por um lado, deve-se notar que seu índice, contido no Sistema de Contas Nacionais trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra valores relativamente estagnados em 2003, crescentes desde 2004, mas com variação relativamente baixa se comparada às do varejo e das exportações.

O complexo metal-mecânico, principalmente de bens de capital e de consumo durável para exportação, liderou a reativação do crescimento após 2003. Entretanto, em 2004 o setor de bens de capital perdeu fôlego, ao passo que o de bens de consumo durável acelerou. O perfil de 2006 é bem semelhante ao de 2005: liderança mais modesta dos bens de consumo durável. O bom desempenho, dentro desse complexo, dos bens de consumo durável suscita cuidados. A história dos últimos 35 anos mostra que tal segmento tende a enfrentar problemas de realização dinâmica ao tentar crescer à frente da demanda.

A solução poderia ser encontrada se o setor de bens de capital assumisse a liderança, o que significaria não apenas expansão retroalimentadora da renda das famílias, como expansão da capacidade produtiva e maior difusão de progresso técnico. Como, entretanto, dificilmente isso ocorrerá no futuro próximo, acreditamos que a ênfase atual da importação de bens de capital deve continuar tendo como contrapartida o bom desempenho das exportações.


Luiz Dias Bahia é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

 
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