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Os desafios da internacionalização

2005. Ano 2 . Edição 13 - 1/8/2005

"O sucesso no processo de internacionalização implica em que as organizações se desgarrem do passado para poder entender as novas realidades"

David Travesso Neto

Os estudos realizados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) sobre os investimentos diretos fora do país de origem têm mostrado avanço significativo na internacionalização das empresas brasileiras. A internacionalização das empresas traz benefícios para todos, mas o processo não evoluirá sem a conjugação de esforços entre sociedade, setor empresarial e governo. No lado empresarial, houve uma significativa evolução nos objetivos estratégicos, um grande movimento para ganhar capacidade competitiva e coragem para enfrentar novas realidades. No lado da sociedade, ocorreu uma verdadeira revolução no modelo mental antes predominante, no qual a internacionalização significava criar empregos em outros países. Do lado do governo, vem um discurso cada vez mais intenso no sentido de termos presença mais marcante nos vários fóruns internacionais.

É um bom começo, mas infelizmente insuficiente para garantir o sucesso na inserção das empresas brasileiras no mercado global. Na verdade, ainda não houve compreensão da real amplitude do tema, nem foram identificados os desafios e os riscos resultantes desse processo. A sociedade começa a enxergar os ganhos indiscutíveis do crescimento além fronteiras. O antigo e o ultrapassado modelo da "empresa genuinamente brasileira" começa a ser deixado de lado, substituído pela busca da "empresa globalmente competitiva". Os ganhos decorrentes de tal movimento são inquestionáveis: nossas empresas ficam mais fortes, passam a competir em vários mercados, fortalecem sua posição no mercado local, geram mais empregos e mais riqueza.

No passado, os investimentos das empresas brasileiras no exterior tinham como objetivo o aproveitamento de benefícios em paraísos fiscais. A busca de ganhos de competitividade e ampliação de mercado é o motivador atual. O primeiro passo no processo de internacionalização é começar a exportar, associado a um esforço comercial, mas que pode ser a mera replicação do modelo local. Tornar-se efetivamente internacional exige mudanças em toda a organização para entender e aprender sobre a diversidade do mundo. O processo de internacionalização exige investimentos significativos e tem retorno demorado. Os desafios empresariais estão em dois eixos: o da estratégia e o da preparação das pessoas. Tudo começa com o desenvolvimento de competência na formulação e na implementação da estratégia de negócio e de gestão. Vantagens competitivas tradicionais, como baixo custo de produção e acesso a matéria-prima e tecnologia, continuam sendo necessárias, mas não são suficientes.

O caminho do sucesso implica em que as organizações se desgarrem do passado para poder entender as novas realidades. Alianças, aquisições e integração são palavras que passam a ter significado mais amplo e mais complexo. O exercício do "compartilhamento de poder" em fusões e aquisições deverá ser intensificado, em contrapartida aos projetos individuais que prevaleceram nos últimos anos. Palavras como expatriação, "impatriação" e repatriação têm de ser adicionadas ao vocabulário dos gestores de pessoas. Será preciso abrir nossas fronteiras e nossas cabeças para a contratação de estrangeiros pelas empresas brasileiras.

Transformações significativas na sociedade também serão essenciais. Nosso sistema educacional terá de ser aprimorado muito além do necessário para atender às necessidades atuais. A infra-estrutura deverá ter padrões de primeira classe. Governo, leis e regulações deverão também assumir padrões internacionais. Políticas públicas adequadas terão de ser desenhadas e implementadas. A internacionalização é um processo que exige mais do que ações para encorajar, mas também para promover, e necessita, acima de tudo, de liderança. A exigência é ser globalmente competitivo para evitar que o Brasil se restrinja ao papel de uma eficiente plataforma de transformação de matéria-prima.


David Travesso Neto é responsável pelo projeto Global Players, da Fundação Dom Cabral

 
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