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A riqueza dos corredores ecológicos

2005. Ano 2 . Edição 9 - 1/4/2005

"O tráfico de animais silvestres no Brasil movimenta em torno de um bilhão de dólares por ano, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas"

José Aroudo Mota

A idéia de corredores ecológicos proporciona maior probabilidade de disseminação e sobrevivência de genes e indivíduos entre populações e subpopulações, bem como cria uma rede de conexão entre unidades de conservação que estimula a proteção e a manutenção de diversas espécies do patrimônio natural brasileiro. Isso resulta em ganhos de eficiência ecológica e inovação nos modelos de gestão, além da exploração de atividades econômicas sustentáveis.

Os corredores ecológicos permitem o entendimento de como as espécies se movem e se adaptam enquanto enfrentam mudanças globais. As zonas em torno das áreas protegidas ajudam a fornecer às espécies um espaço adicional para a sobrevivência. São úteis, pois valores econômicos estão ali inseridos. Além do que, diversas informações de cunho científico, ainda não conhecidas pela ciência, certamente serão importantes para as gerações futuras.

A importância econômica da biodiversidade brasileira está representada em inúmeras pesquisas. Elas demonstram o quanto de riqueza as áreas de conservação significam para a economia e são fator de informação estratégica. Os valores diretos estão relacionados aos diferentes produtos dos ecossistemas, transformados ou vendidos diretamente no mercado. Os indiretos estão representados pelos esforços de pesquisa, que têm permitido transformar serviços ambientais em valores econômicos. Em recente trabalho de investigação, a Câmara dos Deputados, instituiu Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de investigar o tráfico ilegal de animais e plantas silvestres da fauna e da flora brasileiras, com destaque para:

1. O tráfico de peixes ornamentais da Amazônia brasileira para a Colômbia, somente no ano de 2002, rendeu quatro milhões de dólares de divisas internacionais para aquele país, enquanto o Brasil exportou, no mesmo período, apenas 300 mil dólares.

2. No que se refere aos recursos florestais, estima-se que 2,5 mil empresas atuem na Amazônia, e gerem 600 mil empregos diretos e indiretos e faturamento de 2 bilhões de dólares por ano (sendo que 75% da produção total de madeira está concentrada nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia, e que aproximadamente 30% da extração madeireira é irregular).

3. Quanto às plantas medicinais, diversas sinalizações têm sido feitas no sentido de se resguardar o vasto potencial da floresta amazônica. Segundo o deputado Elisaldo Carlini, o grupo sob sua liderança já pesquisou 89 plantas da região amazônica. Os efeitos medicinais da espinheira-santa foram comprovados, e "uma indústria farmacêutica genuinamente brasileira" tem produzido medicamentos com essa planta.

4. O tráfico ilegal de animais da fauna brasileira revela números contabilizados pelo mercado informal. No mercado internacional, uma arara-azul-de-lear vale 60 mil dólares, um mico-leão-dourado é vendido por 20 mil dólares e uma jaguatirica por 10 mil dólares.

5. A biopirataria de animais para fins de pesquisa científica revela também que uma jararaca-ilhoa vale 20 mil dólares no mercado internacional. Uma surucucu-pico-de-jaca vale em torno de 5 mil dólares e haveria besouros cotados em até 8 mil dólares.

6. Um grama de veneno extraído da aranha-marrom vale 24 mil dólares.

7. O tráfico de animais silvestres no Brasil movimenta em torno de um bilhão de dólares por ano, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas. Sabe-se ainda que 90% do comércio de animais silvestres no Brasil é ilegal, e que apenas 10% dos animais que são capturados resistem às condições de trato e de transporte.

8. O mercado mundial de fármacos, especialmente o de fitoterápicos (remédios obtidos diretamente de plantas), movimenta cerca de 30 bilhões de dólares.


José Aroudo Mota é diretor adjunto da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

 
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