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O crescimento é sustentável

2004. Ano 1 . Edição 3 - 1/10/2004

"Como resultado de uma política externa mais pró-ativa e dos avanços de produtividade do setor privado, o país está aproveitando excelentemente as oportunidades existentes no atual ambiente de crescimento do comércio mundial"

Demian Fiocca

Nas últimas duas décadas, eventos adversos e alguns equívocos de política econômica impediram que o país crescesse de maneira continuada. Mas esse histórico não resultou da incapacidade de crescer em períodos de normalidade. A média desse período, de cerca de 2,5% ao ano, é um resultado aritmético no qual se diluem anos com crescimento forte, em uma sucessão muito freqüente de crises.

Hoje o país está crescendo com inflação sob controle, queda da dívida pública e sem deterioração das contas externas.

A dívida pública tinha saltado de 30% do PIB em 1994 para um pico de 61,7%, no auge da crise de 2002. Agora está caindo de maneira consistente. A dívida externa/exportações alcançou um pico de 500% em 1999 e agora está abaixo da marca de 300%.

Como resultado de uma política externa mais pró-ativa e dos avanços de produtividade do setor privado, o país está aproveitando excelentemente as oportunidades existentes no atual ambiente de crescimento do comércio mundial. Nos últimos 12 meses, o superávit em contas correntes está próximo de US$ 10 bilhões, quase 2% do PIB.

Esse superávit traz enorme conforto quando se trata de avaliar o potencial de continuidade do crescimento. Ele indica que, se a atual trajetória de elevação dos investimentos colocar pressão sobre a oferta interna de bens de capital e de insumos, o Brasil pode aumentar a importação desses itens sem que se reproduzam os níveis preocupantes de déficit registrados alguns anos atrás.

Do ponto de vista institucional, estão em curso avanços cuja importância talvez só seja percebida no futuro. Há apenas dois anos, um conhecido analista político, falando a dirigentes do setor privado entre os quais me encontrava, afirmou que se o então candidato Lula vencesse as eleições a crise poderia ser de tal ordem que o governo talvez caísse antes de 18 meses.

O erro crasso desse analista não é o importante aqui. O relevante é perceber como foi superada rapidamente aquela noção de que as instituições funcionariam apenas se tal ou qual grupo de pessoas estivesse no governo. Era uma tese tola, mas as ansiedades criadas a cada eleição influíam negativamente nas decisões econômicas e, assim, na continuidade do crescimento. Isso está superado.

Das várias ações de Governo que contribuem para dar sustentação ao crescimento, pode-se destacar quatro: as reformas microeconômicas, que contribuem para elevar a eficiência; a melhora do ambiente de negócios, com as iniciativas para aperfeiçoar o marco regulatório; a redução das despesas de funcionamento da máquina pública, para reduzir custeio em favor do aumento de investimentos; e a busca de novos instrumentos para elevar os investimentos privados, como as PPP (parcerias público-privadas).

Sempre é possível fazer algo melhor ou mais rápido. Quanto antes se aprovar a Lei de PPP, por exemplo, menores serão os custos econômicos provocados pelas insuficiências da infra-estrutura. Mas desafios específicos não devem turvar a avaliação global.

Com melhores fundamentos fiscais e externos, estabilidade institucional e democrática, menor probabilidade de crises, e medidas para elevar a eficiência e os investimentos, não há porque supor que o Brasil não possa crescer de maneira sustentável. O país já está nessa rota.


Demian Fiocca é chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

 
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