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Perfil - Albert Fishlow

2014 . Ano 10 . Edição 79 - 23/05/2014

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Um estrangeiro que ajuda o Brasil a se descobrir

Nos primórdios do Ipea, o economista Albert Fishlow mediu a nossa desigualdade e contribuiu para o milagre econômico experimentado pelo país a partir do final dos anos 60

Marcos Hecksher * e Letícia Oliveira

Em dezembro de 1968, quando o Ato Institucional nº 5 escancarou e radicalizou a ditadura brasileira instaurada no golpe de 1964, o economista norte-americano Albert Fishlow decidiu encerrar o convênio que havia firmado três anos antes, em nome da Universidade da Califórnia, com o recém-criado Escritório de Pesquisa Econômica Aplicada (Epea, logo convertido em Ipea), onde trabalhou até o fim do acordo. Acompanhada do fechamento do Congresso Nacional por prazo indeterminado, a medida do governo autorizava o presidente da República a intervir em estados e municípios, cassar parlamentares, confiscar bens e suspender direitos políticos e habeas- corpus de qualquer cidadão. Fishlow considerou o ato “inconsistente com a presença de uma universidade interessada em avançar conhecimento” e fez as malas de volta para Berkeley. Contudo, o que deixou ao Brasil não foi pouco. E ainda havia mais por vir.

Foi em março de 1972 que os brasileiros viram pela primeira vez, no espelho de um periódico acadêmico estrangeiro, a American Economic Review, a medida da profunda desigualdade entre suas rendas. No artigo seminal Brazilian size distribution of income, Fishlow revelou o quanto a concentração de renda no Brasil era alta e como havia piorado entre 1960 e 1970. O economista estava no país como professor independente em 1971 quando saíram os resultados preliminares do censo de 1970. Decidiu compará-los a uma amostra que extraíra anteriormente dos microdados de 1960 – inéditos, pois os resultados daquele censo ainda estavam sendo calculados, em 1964, quando a ditadura impediu sua publicação. João Paulo dos Reis Velloso, fundador e presidente do Ipea que firmara o convênio com Berkeley, já era ministro do Planejamento em 1971 e ajudou Fishlow a acessar os microdados censitários.

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Na Brazilian-American Chamber of Commerce Inc.: noite de autógrafos de “Starting Over: Brazil since 1985”


“A distribuição mais distorcida da escolaridade é responsável por cerca de metade do aumento observado na desigualdade total ao longo da década”, afirmava (em tradução livre), introduzindo resultados empíricos sobre observações individuais em um debate até então dominado por disputas teóricas. E acrescentava: “É um equívoco ver esse resultado como uma consequência lamentável, mas inevitável, do crescimento rápido. Não há inconsistência necessária entre maior equidade e expansão do produto. A pobreza brasileira está diretamente ligada a baixos níveis de produtividade, particularmente rurais, que podem ser atacados. Políticas podem ser desenvolvidas. Porém, primeiro deve haver um sistema de contabilidade que reconheça e aplauda não só aumentos na produção agregada, mas também tabule os ganhos diferenciais no bem-estar que se refletem na distribuição de renda.”

Além de determinantes educacionais, o artigo mostrava a relação entre a desigualdade e fatores regionais e setoriais. A maior controvérsia que desencadeou, contudo, partiu do fato de atribuir a piora na concentração da renda também a falhas na gestão macroeconômica contracionista do governo Castelo Branco e, principalmente, à intencional repressão do poder de barganha dos trabalhadores frente aos empresários e do poder de compra dos seus salários frente à inflação, o que passava pela desvalorização real do salário mínimo.

Hoje professor emérito de Berkeley e Columbia, com doutorado em Harvard, Fishlow, ao falar sobre a desigualdade, ainda enfatiza a importância da educação, mais determinante no Brasil do que em outros países, para explicar a distribuição de renda. “Durante a ditadura, havia uma falta de investimento na educação, com quase duas décadas em que os recursos dedicados foram mínimos”, avalia. Pondera, no entanto, que o gasto em si não basta, tem que ser mais eficiente: “Simplesmente aumentando o gasto vão aumentar os impostos e a necessidade de ter o setor público maior ainda, o que não representa um futuro sustentável.”

O economista constata que, nos últimos anos, o país vivencia uma melhora evidente na distribuição da renda e vê parte das origens do processo na estabilização desde o Plano Real. “Sabemos agora que a inflação representa algo negativo que reduziu a igualdade dentro do país. Esse processo está sendo contínuo, mas, do outro lado, temos de entender que, apesar da informação positiva, ainda não temos a medida certíssima da distribuição. Trabalhamos ainda com falta de informação sobre as rendas maiores”, ressalva.

Autor do livro Desenvolvimento no Brasil e na América Latina: uma perspectiva histórica, Fishlow, depois de se aposentar em Nova York, passou a assessorar um banco de investimento com foco em mercados latino- americanos. Ao longo da carreira, lecionou também em Yale, dirigiu centros de pesquisa sobre o Brasil e a América Latina em Columbia, presidiu a Latin American and Caribbean Economic Association (LACEA) e atuou no governo norte-americano. Entre 1975 e 1976, trabalhou junto a Henry Kissinger, durante a gestão do então presidente Gerald Ford, como secretário-assistente de Estado para a América Latina.

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Um clássico da cliometria

A obra de Albert Fishlow vai bem além de suas análises sobre o Brasil e sua passagem pelo Ipea, focos desta reportagem. Em 1965, mesmo ano em que conheceu o país, o economista publicou seu primeiro livro, um clássico da chamada “nova história econômica”, escola também conhecida como “econometria histórica” ou “cliometria” (nome derivado de Clio, a musa da história na mitologia grega). Resultado de sua tese de doutorado em Harvard, American railroads and the transformation of the ante-bellum economy calcula os benefícios gerados pela expansão da rede ferroviária na economia norte-americana e mostra que eles vinham sendo superestimados pelos historiadores, que os viam até então como pré-condição para o desenvolvimento alcançado. A conclusão era semelhante à encontrada na mesma época por Robert W. Fogel, que viria a dividir o Nobel de Economia com Douglass North em 1993.

Fishlow é considerado um dos grandes nomes da revolução cliométrica, que introduziu o uso de testes quantitativos na análise de hipóteses sobre história econômica, influenciando desde então as pesquisas científicas em história e economia. A história passava a ser explorada como laboratório para “experimentos naturais”, capazes de trazer do passado lições importantes sobre o resultado mensurável em longo prazo de intervenções e eventos já conhecidos, desde que fosse possível reunir dados de extensas séries históricas.

O economista do Ipea Leonardo Monasterio destaca que foi nos workshops de História Econômica de Harvard, organizados pelo russo Alexander Gerschenkron, que a cliometria tomou fôlego. Peter Temin, D. McCloskey, Paul David e Albert Fishlow participavam dos encontros. A importância histórica do sério e exigente Gerschenkron, que falava mais de dez línguas, foi reconhecida por todos eles. O aluno predileto, como os demais admitiriam, era Fishlow. Em seu escritório, o professor eventualmente oferecia doses de brandy aos pupilos, mas a melhor garrafa só abria para os visitantes mais distintos e, entre os alunos, era Fishlow quem recebia tal distinção.

Em publicações brasileiras e internacionais, a obra de Fishlow reúne diversos trabalhos importantes, como:

“Optimal resource allocation in an imperfect market setting” (1961, com P.A. David)

“Levels of nineteenth-century American investment in education” (1966)

“Lessons from the past: capital markets during the 19th century and the interwar period” (1985)

“A economia política do ajustamento brasileiro aos choques do petróleo: uma nota sobre o período 1974/84” (Ipea, 1986)

“Lições da década de 1890 para a de 1980” (Ipea, 1987)

• “Macroeconomia da Divida Externa Brasileira” (1988, com E. Cardoso)

“Distribuição de Renda no Brasil e na Argentina: Uma Análise Comparativa” (Ipea, 1993, com A. Fiszbein e L. Ramos)

“Miracle or design?: Lessons from the East Asian experience” (1994, com C. Gwin, S. Haggard, D. Rodrik e R. Wade)

“Tax evasion, inflation and stabilization” (1994, com J. Friedman)

“The United States and the Americas: a twenty-first century view” (1999, org. com J.R. Jones)

“Desenvolvimento no Brasil e na América Latina: uma perspectiva histórica” (2004)

“The Recent Commodity Price Boom and Latin American Growth: More than New Bottles for an Old Wine” (2011, com E. Bacha)

“O novo Brasil: conquistas políticas, econômicas, sociais e nas relações internacionais” (2011)

No Brasil, foi condecorado pelo governo, em 1999, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Sua ligação com o país já se estende por quase meio século. Começou em junho de 1965, quando pisou pela primeira vez no Rio de Janeiro, aos 29 anos, com alguma noção de castelhano e nenhuma de português, que lhe pareceu russo. O objetivo era preparar a chegada ao então Epea do grupo que contratara na Califórnia, com Samuel Morley, Willy van Ryckinghem, Joel Bergsman, Howard Ellis e outros, com a missão de preparar um Plano Decenal para o Brasil.

O convênio com o Ipea nasceu no âmbito da Aliança para o Progresso, programa de cooperação criado por John Kennedy para apoiar o desenvolvimento de países latino-americanos e, ao mesmo tempo, deter o comunismo na região. Exigia-se um plano nacional antes de distribuir recursos financeiros e, para o planejamento, ofereciam-se recursos humanos norte-americanos. Havia novos modelos econômicos em voga, baseados nas relações insumo- produto, e o planejamento estatal gozava de credibilidade a partir da experiência soviética com grandes investimentos orientados nos setores de bens de capital e intermediários, como aço e cimento.

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“O trabalho organizado dentro do Ipea era para publicar isso. Na década de 1960, todos os países acreditaram no planejamento, na possibilidade de repetir o que a Índia estava fazendo e outros tentavam fazer. Durante os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND) I e II, de que participei pessoalmente, o enfoque era o planejamento. Ao longo do tempo, passamos a analisar as políticas econômicas em vez de concentrar o foco no planejamento. Isso foi bom porque, de fato, o Brasil nunca tinha a importância do governo, mesmo durante a ditadura, de impor planos. Havia a participação do setor privado, a necessidade de considerar investimentos públicos e privados”, recorda Fishlow.

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Em 1967, o foco da equipe estrangeira já se havia redirecionado para o Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED) do governo Costa e Silva, voltado a acelerar o crescimento em um prazo mais curto, trienal (1968-1970). No grupo de macroeconomia do Ipea, Fishlow trabalhava com Arthur Candal, Pedro Malan, Regis Bonelli, Marcelo de Paiva Abreu, além de colaboradores externos, como Maria da Conceição Tavares e Antônio Barros de Castro. Ao mesmo tempo, dava um curso de desenvolvimento econômico na pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A economia brasileira chegaria ao início de 1968 crescendo a menos de 5% ao ano, ritmo frustrante para as expectativas da época. Pressionado a acelerar o crescimento, o então ministro da Fazenda, Antonio Delfim Netto, decidiu criar um grupo de trabalho misto, do qual participaram seus assessores no ministério e o citado grupo de macroeconomia do Ipea. Regis Bonelli, em seu depoimento para o livro Ipea 40 anos, publicado há uma década, registrou a contribuição do Ipea – e de Fishlow em particular – para encorajar a arrancada que se observaria a partir dali, contrariando a tese do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que era preciso enfatizar o combate à inflação primeiro:

“No meio desse ambiente de certa perplexidade, os estudos para a elaboração do PED tiveram a grande vantagem – em boa medida por mérito do Fishlow, que tinha todo o respaldo do ministro Velloso – de antever a possibilidade de crescimento acelerado nos anos seguintes, que vieram a ser depois conhecidos como o período do milagre econômico. Se fizermos uma avaliação isenta dos documentos daquele tempo, veremos que nenhum deles, oficial ou acadêmico, foi tão próximo do que viria a acontecer quanto o PED. Fishlow percebeu que existiam fatores que poderiam ajudar a deslanchar uma retomada, como foi a de 68 e dos anos seguintes”.

Arthur Candal, no mesmo livro, recorda que Delfim deu um mês para o grupo de macroeconomia do Ipea terminar seu documento com diagnósticos e propostas. Uma das evidências apontadas pelo instituto a favor de uma política expansionista foi a tendência de queda do consumo industrial de energia elétrica. “Recomendamos ao ministro Delfim que expandisse o crédito e afrouxasse a política monetária, o que não teria impacto inflacionário, pois o impacto se daria na ocupação da capacidade ociosa. Como Delfim é um homem de muita coragem, tomou isso a peito, e começou o milagre econômico brasileiro”, afirmou Candal sobre o trabalho entregue pelo Ipea, “o de maior impacto real de que já participei”.

De fato, a biblioteca do Ipea preserva um estudo daquele ano, Monetary policy in 1968, em que Fishlow é categórico ao defender que, naquela conjuntura, não haveria risco inflacionário em pisar fundo no acelerador via expansão monetária.

“Havia e há uma demanda pelos aumentos reais na oferta de moeda que ocorreram ao longo do ano passado. A principal recomendação que emerge desta parte da análise é que qualquer redução substancial da expansão nos meios de pagamento com base em alegações de que haverá transbordamento de efeitos do ano passado está incorreta. Aqueles que argumentam que a liquidez é atualmente excessiva devem ser obrigados a demonstrar a lógica subjacente a sua conclusão”, desafiou Fishlow no estudo de 1968.

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Fishlow acompanha o Brasil nos trabalhos do Ipea, apoiados em continuidade, diversidade e acumulação de dados


“A conclusão importante que emerge em relação à posição de liquidez da economia em dezembro de 1967 é que, ao contrário do pensamento popular, continuou a ser insuficiente, em vez de excessiva!”, exclama o texto, para propor a injeção de mais moeda em circulação.

No período do chamado milagre econômico que se seguiu (1968- 1973), a economia brasileira cresceu em média 11,1% ao ano, o que hoje, inevitavelmente, seria comparado a um “crescimento chinês”. Assim mesmo, em relação ao quadriênio anterior (1964-1967), a inflação pelo Índice Geral de Preços (IGP) caiu de 45,5% para 19,1% e o balanço de pagamentos saiu do vermelho para o azul. Isso ocorreu com uma sensível alta da taxa de investimento, de 15,5% para 19,5% do Produto Interno Bruto (PIB), impulsionada pela aceleração nas taxas de crescimento real da oferta de moeda e do crédito ao setor privado. Aliada às condições externas favoráveis, que permitiram um forte influxo de recursos estrangeiros, a guinada para uma política monetária expansiva foi crucial.

A taxa de investimento atual, de 18,4% do PIB em 2013, está 3,1 pontos percentuais acima da que o país registrava uma década antes, mas ainda abaixo do nível que Fishlow entende ser necessário para acelerar e sustentar o crescimento, enquanto Índia, Coreia do Sul e China investem a cada ano de 30% a 50% do que produzem. Agora, entretanto, ao não encontrar no Brasil a mesma capacidade ociosa que identificava no início de 1968, o economista aposta em incrementos de poupança, participação no comércio internacional e produtividade.

No livro O novo Brasil, de 2011, Fishlow relata e analisa avanços e desafios políticos, econômicos e diplomáticos do país no período democrático entre 1985 e 2010. “Claro que utilizei muito os trabalhos feitos dentro do Ipea. Sempre tento pelo menos lê-los e conseguir um avanço do meu conhecimento do que está passando dentro do país”, diz o brasilianista. Ao longo da obra, ele cita pesquisas do instituto cuja reputação ajudou a construir. Essa contribuição é ressaltada no prefácio de Edmar Bacha, que diz sobre o autor: “O tempo que aqui passou foi o suficiente para implantar uma tradição de pesquisa econômica aplicada que viria a transformar o Ipea no principal centro de estudos sobre a economia brasileira.”

Para Fishlow, é motivo de “grande orgulho” o jubileu de ouro comemorado pelo Ipea em 2014. “Muito importante no Ipea foi a continuidade. Estamos falando do aniversário 50. São poucas instituições como o Ipea existentes no mundo inteiro, dedicadas, de um lado, à política econômica e que, de outro, tenham independência. É uma instituição que começou no governo militar e passou a ser importante depois de voltar a democracia no Brasil. A continuidade é um elemento muito importante”, analisa.

O segundo pilar do Ipea destacado por Fishlow é a independência. “É a existência de opiniões diferenciadas e a capacidade de debater dentro do Ipea as visões diferentes. Isso é fundamental”, diz.

“Um terceiro lado é a acumulação da informação quantitativa. A existência do Ipeadata como fonte de informação em todas as áreas – não só econômica, mas também social – representa um avanço muito importante para a análise, dentro do Ipea e na comunidade universitária, no Brasil e no mundo inteiro”, avalia.

Dos anos em que trabalhou no Ipea, Fishlow exalta a importância pessoal de Reis Velloso para manter o instituto independente. “Sempre consegui escrever o que eu pensei”, garante, mesmo quando a recepção do governo militar não foi positiva. A todo momento, diz, havia “gente discordando da visão do governo dentro do Ipea, fazendo trabalhos e permitindo a publicação deles. Acho que isso explica por que o Ipea continua a ter importância hoje em dia. Poderia ser uma outra conclusão se houvesse uma decisão de censurar a informação saindo do Ipea para ter só uma linha definida.”

Para o futuro, Fishlow propõe que o Ipea diversifique e intensifique seu contato com os centros universitários, com mais trabalhos conjuntos, e amplie suas conexões internacionais, para as quais contribuiu ao orientar e apoiar o ingresso de alguns de seus técnicos em cursos de pós-graduação no exterior. “Os estudos do Ipea valem não só para a experiência brasileira, mas em termos comparativos. Para entender melhor o que está se passando dentro do país, o instituto poderia aproveitar melhor a informação sobre a Colômbia, o Peru, o Chile, a Argentina. Também seria interessante ter um enfoque maior sobre a globalização, que representa uma realidade deste mundo. Não vamos voltar ao mundo do passado, em que as ligações entre os países eram bem mais limitadas. Vão continuar a crescer”, aposta.

A própria obra de Fishlow sobre o Brasil, com todas as intercorrências adversas do caminho, indica o potencial da cooperação internacional em pesquisas sobre desenvolvimento. Logo após decidir que a Universidade da Califórnia precisava mostrar sua discordância com o AI-5, ao anunciar a Reis Velloso que encerraria o convênio com o Ipea e sua equipe deixaria o país, ouviu do brasileiro: “Muito bem, vocês voltam para casa, e nós ficamos aqui com nossos problemas.” Na verdade, Fishlow ainda levaria grandes problemas do Brasil na bagagem para continuar analisando ao longo dos anos.
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* Marcos Hecksher é assessor especializado do Ipea

 
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