2011 . Ano 8 . Edição 70 - 29/12/2011
BID I Infraestrutura nas escolas do continente
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O acesso a serviços básicos de eletricidade, água, esgoto e telefone são “altamente deficientes” nas escolas da América Latina e do Caribe. Em 40% das escolas públicas e privadas, não há biblioteca, 88% não têm laboratório de ciências, 65% não contam com salas de informática e 35% não oferecem espaço para prática esportiva. As informações são do relatório Infraestrutura Escolar e Aprendizagem da Educação Básica Latino-Americana, divulgado em outubro pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O estudo traz dados de 16 países, incluindo o Brasil. Uma das conclusões é que há grande disparidade entre a infraestrutura disponível nas escolas particulares e a da rede pública. Há diferença também entre as entidades de ensino que se localizam nas cidades em relação às da área rural.
O estudo relaciona ainda a infraestrutura das escolas com o desempenho dos alunos, baseado no Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Serce) – teste que foi aplicado em quase 200 mil alunos de três mil escolas da região. A principal conclusão mostra que os estudantes de unidades mais bem equipadas têm um melhor aprendizado. A pesquisa completa está disponível no site do BID: www. idabid.org. ___________________________________________________________________________________
Produtividade Indústria perde participação no PIB
A indústria vem perdendo participação na economia brasileira e também nos principais países da América Latina. Segundo o estudo Desempenho da cadeia de valor metalmecânica latino- -americana, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), a participação da indústria manufatureira do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 foi 15,8%, percentual igual ao de 2009, mas inferior aos 19,2% registrados em 2004.
O mesmo fenômeno vem ocorrendo, segundo a pesquisa, em países como Argentina, Colômbia e México. A participação da indústria mexicana no PIB caiu 3 pontos percentuais entre 2000 e 2010 (de 20% para 17%). A desindustrialização passa pela perda da competitividade seja pelo câmbio, tributação, assimetria competitiva ou pela guerra comercial com a China.
Em 2005, Argentina, Brasil, Colômbia e México exportaram cerca de US$ 1 bilhão para a China em produtos metalmecânicos e importaram US$ 18,3 bilhões. Em 2010, o valor das exportações praticamente dobrou. No entanto, as importações saltaram para US$ 59,5 bilhões, elevando o déficit na balança comercial de US$ 17,3 bilhões em 2005 para US$ 57,5 bilhões no ano passado.
Quase 63% do que é exportado pela China para o Brasil são produtos metalmecânicos, enquanto o Brasil exporta apenas 2,5% em produtos do setor. O estudo também confirma a queda da participação dos manufaturados na pauta de exportações. Em 2005, estes respondiam por 55% das exportações. No ano passado, o percentual caiu para 39%. O estudo completo pode ser acessado pelo site: www.funcex.org.br. ___________________________________________________________________________________
Meio Ambiente ONU divulga relatório sobre recursos naturais
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O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgou, em setembro, o relatório Eficiência na utilização de recursos na América Latina: perspectivas e implicações econômicas. O estudo foi desenvolvido entre 2009 e 2010 pelo Pnuma e a Rede Mercosul de Pesquisas Econômicas, em colaboração com as universidades Autônoma Metropolitana, do México, e Concepción, do Chile.
O relatório traz dados sobre energia, mudanças climáticas e uso da água e do solo. Essas questões foram analisadas com base em pesquisas sobre políticas e iniciativas em Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai e Uruguai.
A maioria dos países analisados não integra o conceito de eficiência dos recursos em sua estratégia econômica. O estudo completo pode ser acessado no site: www.pnuma.org.br. ___________________________________________________________________________________
Cepal Exportações da região crescerão 27% em 2011
O valor das exportações de bens da América Latina e do Caribe crescerá 27% em 2011, aumento similar ao apresentado no ano passado. De acordo com relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), essa expansão se deve ao crescimento de 9% no volume de produtos vendidos para o exterior e de 18% nos preços dos produtos exportados pela região.
O estudo Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2010-2011 indica, no entanto, que o valor das importações pode aumentar em 23%. Assim, no final de 2011, a região terá acumulado um superávit comercial de pouco mais de US$ 80 bilhões.
Para a Comissão, o intercâmbio Sul-Sul, encabeçado pela China e pelo resto da Ásia emergente, é, atualmente, o principal motor do crescimento do comércio mundial. Nesses países, as exportações cresceram 17% em 2010, enquanto que nos países industrializados as vendas aumentaram 13%. ___________________________________________________________________________________
Unasul Soberania na pauta dos Judiciários
A VI Cúpula dos Poderes Judiciários da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) reuniu, em outubro, em Brasília, representantes dos 12 países membros. A Declaração de Brasília, documento que reúne as decisões e metas acertadas, reconhece a importância de aprofundar a integração regional, com respeito à soberania e autodeterminação de cada país.
Entre as resoluções da cúpula, está a de instituir coordenadores para facilitar a troca de informações e tratar de assuntos de interesse recíproco. A aplicação da Carta de Princípios sobre Transparência dos Poderes Judiciários da Unasul também foi assinada durante o encontro.
A declaração definiu ainda que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) será o coordenador executivo para as atividades das próximas reuniões. A próxima cúpula do Judiciário da Unasul será realizada em Assunção, Paraguai, em outubro de 2012.
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BID II Empresários se mobilizam pela educação
Entidades e organizações da sociedade civil de 11 países da América Lartina lançaram, em setembro, movimento pela educação. O grupo quer incentivar a troca de experiência, com o objetivo de melhorar a oferta de ensino.
A maioria das entidades é formada por empresários desses países. No Brasil, o representante é o movimento Todos pela Educação, que promoveu um congresso internacional para discutir temas como formação de professores, avaliação educacional e ampliação da jornada escolar. O projeto é apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Participam da iniciativa a Associação Empresários pela Educação, do Peru; o Movimento Educa, da República Dominicana; o Eduquemos, da Nicarágua; Empresário pela Educação, da Guatemala; a Fundação Educação 2020, do Chile; Fundação Empresarial para o Desenvolvimento Educativo, de El Salvador; Fundação Empresários pela Educação, da Colômbia; Fundação Educativa Ricardo Ernesto Maduro Andreu, de Honduras; o Grupo Faro, do Equador; Mexicanos Primeiro, do México; Projeto EducAR 2050, da Argentina, e Unidos pela Educação, do Panamá.
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Segurança PNUD alerta sobre aumento da violência
Um dos grandes desafios dos líderes políticos da América Latina e do Caribe é conter a violência na região. A média anual de homicídios é 25 para cada grupo de 100 mil habitantes. No ano passado, 18 mil pessoas foram assassinadas. Apenas em 2010 foram investidos cerca de US$ 4 bilhões em segurança pública – quantia considerada insuficiente pelos pesquisadores das Nações Unidas.
A análise é da administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark, que visitou, em setembro, a Cidade do México. A região ainda vive sob os impactos da história recente, comum à maioria dos países, de governos autoritários e repressivos associados à violência constante. Segundo a administradora do PNUD, os governos democráticos da região estão ameaçados pelo aumento da criminalidade e também pelo que chamou de “insegurança crônica”.
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